O "CC" e a patologização do natural: higiene, publicidade e modernização no Brasil do pós-Segunda Guerra Mundial

Autores

  • Elizabete Kobayashi Universidade Federal de São Carlos; Programa de Pós Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade
  • Gilberto Hochman Fundação Oswaldo Cruz; Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde; Casa de Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02672015v23n0103

Resumo

O objetivo do artigo é discutir a relação entre consumo e mudança de hábitos por meio de novos produtos industrializados relacionados à saúde e à higiene, que foram anunciados como capazes de substituir o odor natural pelo cheiro artificial e industrializado. Sugerimos que foi um processo social e cultural de transformação de funções fisiológicas naturais, como o suor e o mau hálito, em algo nocivo à saúde e repugnante socialmente e também em um sinônimo de atraso. O ideal de uma vida higiênica, moderna e desodorizada encontrou na imprensa e na publicidade - em processo de modernização e expansão no Brasil após a Segunda Guerra Mundial - o espaço privilegiado para a veiculação e oferta de novos e abundantes produtos que prometiam cancelar a ameaça do "cheiro de corpo", o "CC", e substituí-lo pelo "cheiro bom", salubre e socialmente aceitável que poderia, inclusive, ser comprado.

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Publicado

2015-06-01

Edição

Seção

Estudos de Cultura Material

Como Citar

KOBAYASHI, Elizabete; HOCHMAN, Gilberto. O "CC" e a patologização do natural: higiene, publicidade e modernização no Brasil do pós-Segunda Guerra Mundial. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 67–89, 2015. DOI: 10.1590/1982-02672015v23n0103. Disponível em: https://revistas.usp.br/anaismp/article/view/102932.. Acesso em: 3 dez. 2024.