Memória nos trilhos: o patrimônio ferroviário e sua contribuição às práticas preservacionistas brasileiras na década de 1980
DOI:
https://doi.org/10.1590/1982-02672020v28d2e27Palavras-chave:
Patrimônio ferroviário, Democracia, Associação de Preservação Ferroviária, PreserveResumo
Este artigo contém reflexões sobre o processo de valorização e reconhecimento do patrimônio cultural ferroviário, emergente ao longo dos anos de 1980, interpretando-o como elemento importante na estruturação do direito à cultura, à identidade e ao patrimônio
nacional. O texto apresentado está embasado em pesquisas sobre o passado ferroviário e seu deslocamento de objeto de ações restritas a comemorações festivas para a sua encampação como política pública. Apresenta, de modo sucinto, a análise do Programa de Preservação do Patrimônio Histórico (Preserve) e das associações de preservação
ferroviárias (APFs). Duas iniciativas contemporâneas que auxiliaram na consolidação de uma sistemática de cobrança de proteção e preservação da memória ferroviária ao Estado,
disputando lugar na cena dos monumentos históricos, artísticos e culturais valorados como bens nacionais. O alcance do reconhecimento público e social desses bens é assunto de interesse recente pela academia, no entanto, se tornou um segmento importante de
investigação. Este trabalho auxilia no avanço da compreensão sobre o tema e também em relação ao período significativo na consolidação da democracia na sociedade brasileira.
Utilizou como fonte documentos oficiais do Preserve e amplo levantamento sobre as APFs,
apresentando aqui recorte sobre a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), no cenário dos novos movimentos sociais que surgiram no período.
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