Museu das Juventudes Cariocas: o Rio de Janeiro numa coleção virtual de histórias de vida e de artefatos midiáticos digitais
DOI:
https://doi.org/10.11606/1982-02672025v33e30Palavras-chave:
Juventudes, Culturas juvenis, Museu virtual, Rio de Janeiro, Cultura cariocaResumo
Este artigo tem duas premissas: (1) a juventude, além de uma categoria antropológica e sociológica, é também construção de memória e representação, produto da disputa entre subjetividades, experiências na cidade e significados geracionais compartilhados pelo consumo cultural e midiático; (2) a perspectiva intergeracional abordada faz emergir a diversidade intrageracional das juventudes. O objetivo é apresentar o Museu das Juventudes Cariocas (MuJuCa), museu virtual dedicado a cariocas de diferentes idades com relatos sobre suas experiências na cidade do Rio de Janeiro no período dos dezoito aos 25 anos em seis décadas, de 1960 a 2010. A perspectiva teórica tem contribuições da sociologia e da antropologia da juventude, com José Machado Pais e Rossana Reguillo, da literatura da museologia acerca da categorização dos museus e da cultura material, com Monique Magaldi, Teresa Cristina Scheiner e Daniel Miller, das teorias das representações sociais, com Stuart Hall, e das teorias da memória, com Maurice Halbwachs, entre outros. Metodologicamente, a pesquisa que envolve a criação do Museu das Juventudes Cariocas aplica, além da revisão de literatura, história de vida e pesquisa documental. Como resultado, a pesquisa identifica significados geracionais compartilhados, como a música e gêneros musicais, a moda, espaços e lugares de sociabilidade do Rio de Janeiro, práticas cotidianas, contextos políticos, sexualidade, entre outros. Ao mesmo tempo, verificam-se diferentes experiências cotidianas vividas, às vezes delimitadas por aspectos financeiros, às vezes por aspectos morais, outras vezes ainda por fronteiras geográficas da cidade.
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Referências
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