Onde rios se encontram: paisagens de Maurícia e Nova Amsterdam

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.11606/1982-02672025v33e41

Mots-clés :

Nova York, Fontes visuais, Urbanização, Paisagem, Recife

Résumé

No século XVII, a Companhia das Índias Ocidentais (WIC), da República das Sete Províncias, atuais Países Baixos, fundou alguns assentamentos ultramarinos que vieram a se tornar grandes cidades. Entre eles, estão o Recife (Cidade Maurícia entre 1637 e 1654) e Nova York (Nova Amsterdam entre 1624 e 1661). Apesar de diversas semelhanças, como a presença da WIC como empreendedora, a função colonizatória e a importância da comunidade judaica, elas ainda não foram aproximadas em suas semelhanças e contrastes visuais e formais. Ao considerar o conceito de paisagem, levando em consideração a História Social das Sete Províncias e de suas colônias do Novo Mundo, propomos uma aproximação baseada na análise e discussão de iconografias, nossas fontes principais. Mapas, pinturas e gravuras são lidos a partir dos elementos que apresentam (ou deixam de apresentar), da ordenação compositiva e do olhar dos artistas viajantes. Ao problematizar as representações, discutimos a construção desses núcleos segundo os critérios culturais e subjetivos que os deram origem, evidenciando as conexões entre as duas cidades em uma narrativa histórica única.

##plugins.themes.default.displayStats.downloads##

##plugins.themes.default.displayStats.noStats##

Biographies de l'auteur

  • Leonardo Nóbrega, Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteto e urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB). Mestrando no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Integrante do grupo de pesquisa TOPOS – Paisagem, Projeto e Planejamento no Laboratório de Estudos da Urbe (Labeurbe).

  • Ricardo Trevisan, Universidade de Brasília. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Arquiteto e urbanista, doutor em Arquitetura e Urbanismo, com pós-doutorados na Columbia University e Universidade do Minho. Professor na FAU-UnB, membro do grupo de pesquisa TOPOS e pesquisador CNPq. Autor de “Cidades Novas” e coordenador do projeto “Atlas de Cidades Novas no Brasil”.

Références

Livros, artigos e teses

ALBUQUERQUE COELHO, Duarte de. Memórias Diárias da Guerra do Brasil. Recife: Massagana, 1981.

ALCIDES, Melissa Mota. Entre o olhar e o paladar: cartografia do alimento na capitania de Pernambuco. 2020. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2020.

ALPERS, Svetlana. A arte de descrever: a arte holandesa no século XVII. São Paulo: EdUSP, 1999.

BAERS, João. Olinda conquistada. São Paulo: Ibrasa, 1978.

BARLAEUS, Gaspar. História dos feitos recentemente praticados. Recife: FCCR, 1980.

BERQUE, Augustin. Paysage, milieu, histoire. In: BEQUE, Augustin (org.). Cinq propositions pour une théorie du paysage. Paris: Champ Vallons, 1994. p. 11-30.

BOGAERT, John A. New Amsterdam’s Windmills Made History. De Halve Maen, [s. l.], v. 35, n. 2, p. 10, 1960.

BURKE, Peter. Testemunha ocular: o uso de imagens como evidência histórica. São Paulo: Unesp, 2017.

BURROWS, Edwin G.; WALLACE, Mike. Gotham: a History of New York City to 1898. Oxford: Oxford University Press. 2000.

CABRAL DE MELLO, Evaldo. Olinda Restaurada: guerra e açúcar no Nordeste. São Paulo: USP, 1975.

CABRAL DE MELLO, Evaldo. O Brasil holandês (1630-1654). São Paulo: Penguin Classics, 2010. CARDOZO, Joaquim. Observações em torno da história do Recife no período holandês. Revista do Sphan, Brasília, v. 4, p. 386-406, 1940.

CASTORIADIS, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

CAUQUELIN, Anne. A invenção da paisagem. São Paulo: Martins, 2007.

COLLOT, Michel. Poética e filosofia da paisagem. Rio de Janeiro: Oficina Raquel, 2013.

FICHER, Sylvia. Historiografia e documentação. In: CASTRIOTA, Leonardo Barci. Arquitetura e documentação: novas perspectivas para a história da arquitetura. Belo Horizonte: Annablume, 2011. p. 251-259.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. São Paulo: Global, 2006.

GODDARD, Ives. The Origin and Meaning of the Name “Manhattan”. New York History, New York, n. 91, v. 4, p. 277-293, 2010.

GONSALVES DE MELLO, José Antônio. A cartografia holandesa do Recife: estudo dos principais mapas da cidade do período 1631-1648. Recife: Iphan/MEC, 1976.

GONSALVES DE MELLO, José Antônio. Tempo dos flamengos. Recife: Fundaj, 1987.

GONSALVES DE MELLO, José Antônio. Gente da nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco, 1542-1654. Recife: Massagana, 1989.

GOMBRICH, Ernst. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

HAJSTRUP, Pieter. Viagem ao Brasil (1644-1654). Recife: Cepe, 2016.

HOLANDA, Frederico de. O espaço de exceção. Brasília, DF: Editora da Universidade de Brasília, 2002.

HURK, Jeroen van den. Plan Versus Execution: The “Ideal City” of New Amsterdam. Seventeenth Century Netherlandic Town Planning in North America. New York History, New York, v. 96, n. 3-4, p. 265-283, 2015.

HUTTER, Lucy Maffei. Navegação nos Séculos XVII e XVIII, rumo: Brasil. São Paulo: EdUSP, 2005.

KOEPPEL, Gerard T. Water for Gotham: a History. New York: Princeton University Press, 2000.

KRIZNER, L. J.; SITA, Lisa. Peter Stuyvesant: New Amsterdam and the origins of New York. New York: The Ronsen Publishing Group, 2001.

LAGO, Pedro Corrêa do; LAGO, Bia Corrêa do. Frans Post (1612-1680): obra completa. Rio de Janeiro: Capivara Editora, 2006.

LEITE, José Roberto Teixeira. Arte & Arquitetura no Brasil holandês (1624-1654). Recife: Cepe, 2014.

LEVY, Daniela. De Recife para Manhattan: os judeus na formação de Nova York. São Paulo: Planeta, 2018.

LIRA, Flaviana. O olhar sobre o lugar: o Istmo de Olinda e Recife na visão dos memorialistas. PosFAUUSP, São Paulo, v. 26, n. 49, e162180, 2019.

LOUREIRO, Juliana Coelho. Quintais de Olinda – uma leitura indiciária sobre sua gênese. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 231-281, 2012.

MEERKERK, Hannedea. Recife: the rise of a 17th Century Trade City from a Cultural-Historical Perspectiva. 1988. Tese (Doutorado em História) – Delft University of Technology, Delft, 1988.

MIRANDA, Bruno. Gente de guerra. Recife: UFPE, 2014.

MONTEIRO, Carolina; ODEGARD, Erik. Slavery at the Court of the ‘Humanist Prince’: Reexamining Johan Maurits van Nassau-Siegen and his Role in Slavery, Slave Trade and Slave smuggling in Dutch Brazil. Journal of Early American History, Leiden, n. 3, p. 3-32. 2020.

MOTA MENEZES, José Luís Mota. O século XVII e o Brasil holandês. In: ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. p. 312-346.

MOTA MENEZES, José Luís Mota. Atlas histórico e cartográfico do Recife. Recife: FUNDAJ, 1988.

MOTA MENEZES, José Luís Mota. Olinda e o Recife 1537-1630. Oceanos, [s. l.], n. 41, p. 136-150, 2000.

MOTA MENEZES, José Luís Mota. Nova Iorque nasceu em Pernambuco: duas estrelas – o mesmo sonho. Recife: Bandepe, 2002.

MOTA MENEZES, José Luís Mota. Arquitetura e urbanismo no Recife do século XVII. In: DINIZ, Fernando. Recife: cinco séculos de cidade e arquitetura. Recife: Cepe, 2022. p. 46-63.

MUNIZ, Bianca. Escavando a História: um estudo do Forte Maurício no contexto da Arquitetura Militar do século XVII. 2010. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2010.

OERS, Ron van. Dutch Town Planning Overseas during VOC and WIC Rule (1600-1800). Zutphen: Walburg Pers, 2000.

PALTSITS, Victor Hugo. The Founding of New Amsterdam in 1926. Worcester: American Antiquarian Society, 1924.

PANERAI, Philippe. Análise urbana. Brasília, DF: Editora UnB, 2006.

PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2017.

PLUNZ, Richard. A History of Housing in New York City. New York: Columbia University Press, 1990.

PUNTONI, Pedro. Guerras do Brasil (1504-1654). São Paulo: Editora Brasiliense, 1992.

REIS FILHO, Nestor Goulart. Contribuição ao Estudo da Evolução Urbana do Brasil (1500/1720). São Paulo: Editôra da Universidade de São Paulo, 1968.

REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil Colonial. São Paulo: EDUSP, 2001

RIBEMBOIM, Jacques. História dos judeus de Pernambuco. Recife: Cepe, 2023.

RICHSHOFFER, Ambrosio. Diário de um soldado da Companhia […]. São Paulo: Ibrasa, 1978.

RICOEUR, Paul. Architecture et Narrativité. Urbanisme, [s. l.], v. 303, p. 44-51, 1998.

RINK, Oliver A. Holland on the Hudson: An Economic and Social History of Duch New York. New York: Cornell University Press, 1986.

SCHAMA, Simon. Paisagem e memória. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SCHAMA, Simon. The Embarassment of Riches: an interpretation of Dutch Culture in the Golden Age. Nova York: Alfred A. Knopf, 1997.

SEGAWA, Hugo. Ao amor do público: jardins no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 1996.

SILVA, Maria Angélica da. Histórias de Paisagens: a natureza verde e o surgimento das vilas e cidades no Brasil Colonial. Locus: Revista de História, Juiz de Fora, v. 8, n. 1, p. 53-65, 2002.

SILVA, Maria Angélica da; ALCIDES, Melissa Mota. Collecting and Framing the Wilderness: The Garden of Johan Maurits (1604-79) in North-East Brazil. Garden History, [s. l.], v. 30, n. 2, p. 153-176, 2002.

SILVA, Maria Angélica da. (org.). O olhar holandês e o Novo Mundo. Maceió: EdUFAL, 2011a.

SILVA, Maria Angélica da. Bois voadores, pontes e outros desvendamentos através das palavras e desenhos seiscentistas. Acervo, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 59-70, 2011b.

TREVISAN, Ricardo. Cidades novas. Brasília, DF: Editora UnB, 2020.

VALADARES, Pedro. Templos de Marte: referências eruditas nos fortes abaluartados de Pernambuco (século XVII). 2029. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Urbano) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.

VIEIRA, Daniel. Frans Post e a paisagem da Nova Holanda. Recife: UFPE, 2019.

WEIMER, Gunter. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

WEIMER, Gunter. Maurício de Nassau: um administrador controvertido. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 151, p. 111-137, 2016.

WOLFFLIN, Heinrich. Conceitos fundamentais em história da arte: o problema da evolução dos estilos na arte mais recente. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

WRIGHT, Antônia; MELLO, Astrogildo. O Brasil no período dos Filipes. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de (org.). História Geral da Civilização Brasileira: Tomo I – Volume 1. Do descobrimento à expansão territorial. Rio de Janeiro: Bertrand, 2015. p. 197-212.

Sites

JORDAN, Louis. A brief outline of the History of New Netherland. The Coins of Colonial and Early America. 1997. Disponível em: https://bit.ly/4qP6lPA. Acesso em: 21 ago. 2022.

Téléchargements

Publiée

2025-11-17

Numéro

Rubrique

Études de la culture matérielle

Comment citer

NÓBREGA, Leonardo; TREVISAN, Ricardo. Onde rios se encontram: paisagens de Maurícia e Nova Amsterdam. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, São Paulo, v. 33, p. 1–44, 2025. DOI: 10.11606/1982-02672025v33e41. Disponível em: https://revistas.usp.br/anaismp/article/view/235131.. Acesso em: 31 déc. 2025.