Alice no Brasil das maravilhas de Joãosinho Trinta: agenciamento e trânsito do “popular” no Sesc Pompeia
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2178-0447.ars.2025.222709Palavras-chave:
Joãosinho Trinta, "Popular", Escolas de samba, História das exposições, Arte contemporâneaResumo
Resultado do nosso interesse em investigar a presença de carnavalescos de escolas de samba do Rio de Janeiro, enquanto agentes do “popular”, em espaços da arte contemporânea, o presente artigo trata da exposição Alice no Brasil das maravilhas, realizada pelo carnavalesco Joãosinho Trinta no Sesc Pompeia, em 1989. Analisaremos as estratégias de agentes e instituições da arte contemporânea para dar a ver a produção em “trânsito” de Trinta entre o “popular” e a arte contemporânea e institucionalizada. Particularmente, discutiremos como documentos que registram o processo de concepção e montagem da exposição, especialmente as fotografias, sugerem esse evento como uma performance na qual há agenciamento de saberes e processos próprios de barracões de escolas de samba em um espaço de arte contemporânea.
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