A pós-memória como dispositivo de resistência política na peça Bolo republicano

Autores

  • Gabriela Luque Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v14i2p59-77

Palavras-chave:

autoficção, dramaturgia, memória, política, pós-memória

Resumo

O artigo apresenta um panorama sobre a dissertação de mestrado da autora defendida em 2023, cujo objeto de estudo é a peça de teatro Bolo republicano, apresentada em 2022 e 2023 na cidade de Belo Horizonte/MG. Parte-se da contextualização entre os paralelos históricos da ditadura militar, o recrudescimento político a partir das manifestações de 2013, culminando com o golpe de 2016, através de vivências de duas mulheres da mesma família, mas de gerações distintas. O estudo foi realizado com auxílio das metodologias de prática artística como pesquisa e pesquisa performativa. Neste trabalho os temas como autoficção, gênero, memória, pós-memória e resistência política foram os pilares para a elaboração da escrita de si. Para esta publicação, foram destacados os conceitos de pós-memória e autoficção e como estes podem ser utilizados no campo teatral como resistência política de forma ética e estética.

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Biografia do Autor

  • Gabriela Luque, Universidade de Brasília

    Atriz, diretora e pesquisadora em teatro. Doutoranda no Programa de Pós-Graduçao em Artes Cênicas, da Universidade de Brasília (PPGCEN-UnB), com pesquisa sobre gênero, autoficção e política no teatro contemporâneo brasileiro.  

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Publicado

2024-11-07

Edição

Seção

Dossiê: Artes Cênicas e Democracia: atuando outros mundos de direitos e políticas do viver

Como Citar

Luque, G. (2024). A pós-memória como dispositivo de resistência política na peça Bolo republicano. Revista Aspas, 14(2), 59-77. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v14i2p59-77