50 anos de Ajuricaba: uma paixão amazônica
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v14i2p78-97Palavras-chave:
dramaturgia amazônica, Márcio Souza, teatro de grupo, Teatro Experimental do Sesc, teatro de resistênciaResumo
Este artigo celebra os 50 anos da primeira encenação de A paixão de Ajuricaba (1974) pelo Teatro Experimental do Sesc do Amazonas (Tesc), homenageando Márcio Souza, cujo falecimento em 2024 deixa uma lacuna no teatro brasileiro. A obra é analisada como contradiscurso às narrativas hegemônicas sobre a Amazônia, entrelaçando fatos históricos e ficção. A pesquisa se baseia na história oral e em bibliografia que articula os escritos de Souza com autores amazonenses, como Selda Vale e Ediney Azancoth, além dos conceitos de tragédia e epicização segundo Steiner. Concluímos que a peça é pioneira na valorização do discurso indígena e na afirmação da cena como espaço de resistência decolonial. Revisitar essa obra é reconhecer sua potência crítica, ainda ressonante nas lutas contemporâneas. Fundado em 1968 e ativo até 2016, o Tesc segue como referência para o teatro de Manaus e para práticas cênicas que tensionam relações entre estética, política e memória.
Downloads
Referências
AZANCOTH, Ediney. No palco nem tudo é verdade. São Paulo: Marco Zero, 1993.
AZANCOTH, Ediney; COSTA, Selda. Tesc nos bastidores da lenda. Manaus: Valer, 2009.
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, DF, n. 11, p. 89-117, maio/ago. 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004.
BARBOSA, Roger. Entrevista concedida à autora sobre o Tesc. Manaus, fev. 2019. In: LEÃO, Howardinne Queiroz. O Teatro Experimental do Sesc como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016). 2020. Dissertação (Mestrado em Teoria e Prática do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. p. 418-435 DOI: https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-161619.
BENJAMIN, Walter. Teses sobre o conceito de história. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. 3ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
BRAZ, Márcio. Entrevista concedida à autora sobre o Tesc. Manaus, fev. 2019. In: LEÃO, Howardinne Queiroz. O Teatro Experimental do Sesc como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016). 2020. Dissertação (Mestrado em Teoria e Prática do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. p. 298-312 DOI: https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-161619.
BRECHT, Bertolt. Estudos sobre teatro. Tradução: Fiama Paes Brandão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
CAMARGO, Iná. A hora do teatro épico no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
COSTA, Mariana Balduíno da. Personagens e identidades em A Paixão de Ajuricaba, de Márcio Souza. 2012. Dissertação (Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2012. Disponível em: https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/2296/1/MARIANA%20BALDOINO%20DA%20COSTA.pdf. Acesso em: 10 dez. 2024.
DEL RIOS, Jefferson. O novo teatro do Amazonas. Folha de S.Paulo, São Paulo, 31 jul. 1974. Caderno Folha Ilustrada.
FERNANDES, Taianni Rocha de Santana. A peça A Paixão de Ajuricaba e o protagonismo do pensamento descolonizador na Amazônia da década de 1970. 2016. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Estudos Literários) – Departamento de Línguas Vernáculas, Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, 2016. Disponível em: https://ri.unir.br/jspui/handle/123456789/1428/. Acesso em: 11 nov. 2024.
GUSMÃO, Omar. A paixão de Ajuricaba/crítica: Suprindo a carência da cena teatral. A Crítica, Manaus, 2003.
LA PASSION d’Ajuricaba jouée en France. Capmag: Le journal des lusodépendants, n. 207, p. 15, jan. 2012. Disponível em: https://imgs.sapo.pt/capmagellan/post/publishings/documents/publish_555_CAPMag_2.pdf. Acesso em: 11 set. 2020.
LUÍZ, Macksen. Saga libertária em tons solenes: Estreia de A paixão de Ajuricaba em Manaus devolve à cena, após 21 anos, o grupo teatral de Márcio de Souza. Jornal do Brasil, 21 ago. 2003.
MENEZES, Carla. Entrevista concedida à autora sobre o Tesc. Manaus, fev. 2019. In: LEÃO, Howardinne Queiroz. O Teatro Experimental do Sesc como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016). 2020. Dissertação (Mestrado em Teoria e Prática do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. p. 37-53 DOI: https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-161619. Sesc
NEY, Robson. Entrevista concedida à autora sobre o Tesc. Manaus, fev. 2019. In: LEÃO, Howardinne Queiroz. O Teatro Experimental do Sesc como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016). 2020. Dissertação (Mestrado em Teoria e Prática do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. p. 408-417. DOI: https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-161619. Sesc
PAIXÃO (verbete). Dicio: Dicionário Online de Português, [2020]. Disponível em: https://www.dicio.com.br/paixao/. Acesso em: 11 set. 2020.
PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2008.
PEINADO, Daniely. Entrevista concedida à autora sobre o Tesc. Manaus, jan. 2019. In: LEÃO, Howardinne Queiroz. O Teatro Experimental do Sesc como urgência política levada à cena: (1968-1982) e (2003-2016). 2020. Dissertação (Mestrado em Teoria e Prática do Teatro) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020. p. 80-93 DOI: https://doi.org/10.11606/D.27.2020.tde-04032021-161619. Sesc
PINTO, Zemaria. A trajetória do mito nA maravilhosa história do sapo Tarô-Bequê. Palavra do Fingidor: Ensaios, Contos e Outras Prosas, 10 maio 2012. Disponível em: https://palavradofingidor.blogspot.com/2012/05/trajetoria-do-mito-na-maravilhosa.html. Acesso em: 1 ago. 2024.
PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 1996.
SARRAZAC, Jean-Pierre (org.). Léxico do drama moderno e contemporâneo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
SOUZA, Márcio. A paixão de Ajuricaba. In: SOUZA, Márcio. Teatro indígena do Amazonas. 2. ed. Rio de Janeiro: Codecri, 1979. (Coleção Edições do Pasquim, v. 63).
SOUZA, Márcio. Ajuricaba, o caudilho das selvas. São Paulo: Ed. Callis, 2006.
STEINER, George. La muerte de la tragédia. Madrid: Siruela, 2011.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Howardinne Leão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O autor se compromete a sempre que publicar material referente ao artigo publicado na Revista Aspas mencionar a referida publicação da seguinte forma:
"Este artigo foi publicado originalmente pela Revista Aspas em seu volume (inserir o volume), número (inserir o número) no ano de (inserir o ano) e pode ser acessado em: http://revistas.usp.br/aspas de acordo com a Licença Creative Commons CC-BY.
