“O Corpo Dança Angola na Cosmo Encantaria”: rastros para afro-tupi-grafar uma metodologia

Autores

  • Dan Dara Baldez Ifabusayo Universidade Federal da Bahia (UFBA)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v13i1p23-35

Palavras-chave:

Metodologia, Dança, Capoeira Angola, Ginga

Resumo

Este artigo consiste na organização de uma metodologia que se arvora a partir da capoeira e das danças populares com foco nas sabenças afro-diaspóricas bantu. A metodologia se estrutura a partir de dois eixos teóricos, sendo o fio condutor “A cosmologia africana dos bantu congo – princípios de vida e de vivência”, proposta por Bunseki Fu Kiau e traduzida por Tiganá Santana. Essa abordagem facilita avaliar os processos de maturidade da metodologia através da imagem dikenga ou cosmograma-bakongo, representação simbólica dos grandes ciclos do sol, da vida, do universo e do tempo, divididos em quatro etapas do ciclo vital. Em continuidade, Leda Maria Martins, na Performance do tempo espiralar: Poéticas do corpo-tela, complementa com contribuições pertinentes para organizar o método junto ao caminhar de formação do corpo que dança Angola na cosmo encantaria. “Um tempo ontologicamente experimentado como movimentos contíguos” propicia as poéticas do corpo tela. Constatou-se que essa organização enquanto metodologia é uma continuidade orgânica dos saberes como resistência cultural, contudo, é preciso se atentar para a urgência de evocar contribuições de conhecimentos afro-pindorâmicos a fim de que se configure uma educação de forma mais diversa.

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Biografia do Autor

  • Dan Dara Baldez Ifabusayo, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

    Artista do corpo, escritora, educadora, produtora cultural; há 18 anos coordenadora da ação ambiental Somente Flores para Iemanjá em Salvador (BA); idealizadora do projeto festival Tradições Vivas Canzuá. Doutoranda em Dança e cultura popular pelo Programa de Pós-Graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Iniciada e reconhecida por Mestre Euzamôr como Mestra de Capoeira Angola em (2017) do grupo Canzuá de São Benedito e Angola.

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Publicado

2024-10-11

Como Citar

“O Corpo Dança Angola na Cosmo Encantaria”: rastros para afro-tupi-grafar uma metodologia. (2024). Revista Aspas, 13(1), 23-35. https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v13i1p23-35