O saber invisual da plasticidade: por uma pedagogia do excesso
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v15i1p54-76Palavras-chave:
ensino de teatro, olhar cego, tactilidadeResumo
Este artigo propõe uma reflexão sobre o ensino de visualidades no teatro a partir da experiência pedagógica com Anchieta de Carvalho, estudante cego. Sua presença desafia paradigmas visuais hegemônicos nas artes, revelando a potência da cegueira como força criativa e crítica. O texto questiona a centralidade da visão na pedagogia teatral, propondo o conceito de plasticidade como alternativa sensível, multissensorial e inclusiva ao de visualidade. A plasticidade é entendida como um saber corpóreo, tátil e situacional, que se manifesta na relação entre corpo, espaço e espectador. O autor critica a rigidez institucional das definições tradicionais de artes visuais e defende uma pedagogia do excesso, voltada ao sensível. A relação entre o ensino de cenografia e Anchieta de Carvalho encarnam essa plasticidade expandida como metodologia. O artigo propõe um olhar cego, que envolve percepção para além da visão. Trata-se, por fim, de uma defesa de pedagogias inclusivas e excessivas como potência estética e epistemológica.
Downloads
Referências
ALVES, Jefferson Fernandes; CEREJEIRA, Thiago de Lima Torreão. Visualidade e audiodescrição: a cena teatral sob o ponto de vista da deficiência visual. Revista Aspas, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 8-23, 2020. DOI: 10.11606/issn.2238-3999.v10i2p8-23.
BATAILLE, Georges. O erotismo. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
CÂMARA E COLEGIADO SETORIAL DE ARTES VISUAIS. Relatório de atividades 2005-2010. Brasília, DF: MinC, 2005-2010. Disponível em: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/plano-nacional-de-cultura/texto/arquivos. Acesso em: 10 out. 2024.
DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: lógica da sensação. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34, 2010.
MALHADAS, Daisi; CONSOLIN, Maria Celeste; DEZOTTI, Maria Helena de Moura Neves. Dicionário grego-português (DGP): vol. 1. Cotia: Ateliê Editorial, 2006.
MALHADAS, Daisi et al. Dicionário grego-português (DGP): vol. 4. Cotia: Ateliê Editorial, 2009.
PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.
PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2015.
ROLNIK, Suely. Olhar cego: entrevista com Hubert Godard. In: ROLNIK, Suely; DISERENS, Corine. (orgs.). Lygia Clark: da obra ao acontecimento. Nantes: Musée des Beaux-Arts de Nantes; São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006. p. 73-79.
SOUSA et al. Editorial. Revista Aspas, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 1-7, 2020. DOI: 10.11606/issn.2238-3999.v10i2p1-7.
TUDELLA, Eduardo. Práxis cênica como articulação de visualidade: a luz na gênese do espetáculo. 2013. Tese (Doutorado) –Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013.
TUDELLA, Eduardo. A propósito da visualidade na cena. In: TUDELLA, Eduardo. A luz na gênese do espetáculo. Salvador: EDUFBA, 2017. p. 41-79.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Diego Landin, Anchieta de Carvalho

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O autor se compromete a sempre que publicar material referente ao artigo publicado na Revista Aspas mencionar a referida publicação da seguinte forma:
"Este artigo foi publicado originalmente pela Revista Aspas em seu volume (inserir o volume), número (inserir o número) no ano de (inserir o ano) e pode ser acessado em: http://revistas.usp.br/aspas de acordo com a Licença Creative Commons CC-BY.
