Esquetes no silêncio: murmúrios das mães privadas de liberdade em Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-3999.v15i2p182-197Palavras-chave:
Encarceramento feminino, Maternidade no cárcere, Teatro em prisõesResumo
Este artigo toma a experiência do teatro, na Colônia Penal Feminina do Recife, enquanto proposta pedagógica que se pretende emancipatória para tratar das dores da vivência da maternidade no cárcere. Baseada em entrevistas semiestruturadas, observação participante e análise documental, apresenta um estudo de caso, a encenação da peça Vozes de mães privadas de liberdade. Revela que o teatro constitui uma fissura na estrutura carcerária, ainda que demande investimento para ampliação do seu potencial não reformista e de mudança no cárcere de Pernambuco.
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