Geologia e Petrologia dos Maciços Alcalinos do Itatiaia e Passa-Quatro (Sudeste do Brasil)

Autores

  • Evaristo Ribeiro Filho Universidade de São Paulo. Faculdade Filosofia, Ciências e Letras. Departamento Geologia e Paleontologia

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2526-3862.bffcluspgeologia.1967.121901

Resumo

Neste trabalho são apresentados os resultados de estudo geológico-petrográfico da província alcalina Itatiaia-Passa Quatro, localizada na serra da Mantiqueira, nos limites dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Esta região já foi mencionada como exemplo de uma das maiores ocorrências de rochas sieníticas, com área de aproximadamente 1.300 k m 2, conforme estimativa de Lamego46 de acôrdo com os dados do mapa geológico elaborado durante as nossas pesquisas a área de rochas alcalinas é estimada em 330 km 2, correspondendo a menos da metade da extensão do maciço alcalino de Poços de Caldas, Minas Gerais. Do total desta área, o maciço do Itatiaia compreende 220 km 2 e o de Passa-Quatro 110 k m 2 Ambos os corpos de rochas alcalinas são de contorno elíptico sendo que o do Itatiaia tem seu maior eixo, com 31 km, na direção NW jSE e o menor, com 12 km, na direção NE-SW O maciço de Passa Quatro possui o maior eixo na direção NE-SW e o menor na direção NW-SE, respectivamente com 17 e com 8 km de extensão. O complexo alcalino do Itatiaia é formado de sienitos, foiaítos, pulaskitos, quartzo-sienitos, brechas e granito alcalino. A existência dos diferentes tipos petrográficos é mais um a conseqüência da distribuição dos minerais em proporções variáveis, bem como de modificações na textura, do que das diferenças mineralógicas. Principalmente na área do planalto, onde afloram os quartzo-sienitos, há uma transição gradual de rochas saturadas a supersaturadas. Assim é que os teores de quartzo aumentam gradativamente de 2% nos quartzo-sienitos em contacto com as brechas, a mais de 5 % nos nordmarkitos, e atingem o máximo de 27,5% no granito alcalino que aflora na parte central do maciço. Os quartzo-sienitos que afloram mais ou menos na região central do maciço alcalino, devem representar a fase final da diferenciação magmática. A textura granofírica, freqüente nos quartzo-sienitos e no granito alcalino do Itatiaia, sugere cristalização final em cúpula de sistema fechado. O contacto das rochas sieníticas, na maior parte da área, é com gnáisses pré-cambrianos, com orientação predominante N-NE, mergulhando para o sul. À sudeste, o maciço do Itatiaia esta em contacto pouco nítido com sedimentos elásticos pertencentes à bacia terciária (?) de Resende e com talus mais recentes que possivelmente recobrem rochas do embasamento cristalino. As brechas magmáticas do Itatiaia mostram variações quanto à natureza, forma e dimensões dos fragmentos, quanto à relação quantitativa matriz-fragmentos e consequentemente quanto a cor Além das brechas magmáticas, em algumas zonas ocorrem brechas monolitológicas de origem tectónica. Para a gênese das rochas alcalinas é admitida uma provável diferenciação a partir de magma basáltico. Por outro lado, é também ressaltada a importância do ambiente tectónico nestes eventos, bem como da possível assimilação de rochas, do embasamento. Ophalos pleocróicos evidenciados em cristais de biotita de alguns dos sienitos e foiaítos do Itatiaia, possivelmente se originaram em biotitas primariamente ligadas ao magma alcalino. Na província alcalina Itatiaia-Passa Quatro há ocorrências de bauxito, algumas das quais já em exploração como fonte de matéria prima para a produção de sulfato de alumínio. De acôrdo com os dados obtidos na determinação da idade, pelo método do potássio-argônio, em duas amostras de nefelinasienito, a intrusão das rochas alcalinas do Itatiaia teria ocorrido no início do Terciário (64,2 e 64,7 milhões de anos)

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Publicado

1967-12-02

Edição

Seção

não definida

Como Citar

Ribeiro Filho, E. (1967). Geologia e Petrologia dos Maciços Alcalinos do Itatiaia e Passa-Quatro (Sudeste do Brasil). Boletim Da Faculdade De Filosofia Ciências E Letras, Universidade De São Paulo. Geologia, 22, 9-89. https://doi.org/10.11606/issn.2526-3862.bffcluspgeologia.1967.121901