Petrologia do Maciço alcalino de Itapirapuã, SP
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9001.v1i0p77-197Resumo
O maciço alcalino de Itapirapuã, de forma irregular e alongada para NW, ocupa área aproximada de 4 km² e encontra-se inteiramente encaixado em extensa massa de composição granítica. Do ponto de vista petrográfico, compõe-se ele exclusivamente de rochas insaturadas, predominando nefelina sienitos, portadores ou não de granada titanífera (variedade melanita), sobre as demais variedades litoógicas. Alcalinas básicas, representadas por biotita melteigito e melanita malignito, formam, juntamente com wollastonita-melanita-nefelina sienito, pulaskito e cancrinita mariupolito (termos petrográficos enriquecidos, respectivamente, em cálcio, potássio e sódio), as rochas de menor distribuição geográfica dentro da província. Tinguaítos, ocorrendo provavelmente como pequenos diques verticais, são encontrados no interior e fora do maciço, enquanto que veios irregulares de carbonataos, cortando nitidamente as rochas nefelínicas, foram assinalados na sua parte central. Cobrindo área de alguns metros quadrados, afora na região sul do maciço alcalino uma zona de brecha magmática, associada principalmente a nefelina sienitos. Um corpo de magnetita granular e idiomórfica, tendo em profundidade a forma de um funil, está presente na extremidade meridional da intrusão e vem sendo explorado comercialmente por parte da Companhia de Cimento Portland Maringá de Itapeva. Quanto à composição mineralógica, verifica-se que nefelina (e produtos de alteração) e ortoclásio pertítico são os principais minerais félsicos das rochas do maciço, enquanto que piroxênios (soda-augita, egirina-augita e egirina) constituem, ao lado da melanita, os ferromagesianos mais importantes. Como acessórios mais comuns foram reconhecidos: magnetita, titanita e apatita. As principais características químicas das rochas de Itapirapuã consistem na pobreza em sílica e magnésio, abundância em cálcio, álcalis e voláteis e concentrações elevadas em V, Nb, Y, Cu e Ba. A análise dos diversos diagramas de variação química parece apontar a cristalização fracionada como o fator preponderante na formação das rochas alcalinas de Itapirapuã. Os traçados das diferentes curvas obtidas correspondem, em linhas gerais, aos que dever-se iam esperar do processo de cristalização fracionada de um magma de composição basáltica. Processos envolvendo assimilação de calcário e material crostal silico, metassomatose e ação de voláteis parecem também ter contribuído para a gênese dessas rochas. Evidências mineralógicas e químicas são indicativas de que a encaixante granítica foi afetada, na zona de contato com o corpo alcalino, por processos de fenitização. Uma primeira análise comparativa aponta Jacupiranga, Serrote e Anitápolis, dentre as nacionais, e Iron Hill e Magne: Cove, ambas nos Estados Unidos da América, e Iivaara, na Finlândia, dentre as estrangeiras, como as províncias alcalinas que mais se assemelham mineralógica e petrográficamente à de Itapirapuã.Downloads
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Publicado
1970-12-01
Edição
Seção
nao definida
Como Citar
GOMES, Celso B. Petrologia do Maciço alcalino de Itapirapuã, SP . Boletim IGA, São Paulo, v. 1, p. 77–197, 1970. DOI: 10.11606/issn.2316-9001.v1i0p77-197. Disponível em: https://revistas.usp.br/biga/article/view/44994.. Acesso em: 30 dez. 2024.