A lei da escrita em A virgem dos sicários, de Fernando Vallejo

Autores

  • Francisco Renato de Souza Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.v0i17p419-445

Palavras-chave:

Fernando Vallejo, Maurice Blanchot, Ambiguidade, Literatura, Democracia

Resumo

Este artigo analisa, no romance A virgem dos sicários, de Fernando Vallejo, o movimento errante do seu narrador com o sicário Alexis enquanto movimento de expressão democrática exercida pela escrita literária. A democracia que se apresenta na narrativa em questão se distancia de uma reflexão sobre a situação social e política da Colômbia real, pois a democracia exercida pelo narrador de Vallejo, uma vez transposta para a escrita da obra literária que se desenvolve en abyme, explora outros recursos que somente o espaço ficcional pode oferecer, criando, consequentemente, uma democracia própria, singular, uma democracia ficcional. O artigo tem como base metodológica central os textos ensaísticos do escritor Maurice Blanchot, que compreende o espaço ficcional como um espaço de leis e regras próprias, e não apenas como um reflexo do mundo real.

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Biografia do Autor

  • Francisco Renato de Souza, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Doutor em Ciência da Literatura pela UFRJ (2015) e Mestre em Literatura Brasileira pela UFC (2010). Possui licenciatura em Letras-Português pela Universidade de Fortaleza (2005). Atualmente é Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Letras (Ciência da Literatura) da UFRJ.

Referências

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Vallejo, Fernando. A virgem dos sicários. Tradução de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

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Publicado

2019-06-19

Edição

Seção

Dossiê (Interferências)

Como Citar

SOUZA, Francisco Renato de. A lei da escrita em A virgem dos sicários, de Fernando Vallejo. Caracol, São Paulo, Brasil, n. 17, p. 419–445, 2019. DOI: 10.11606/issn.2317-9651.v0i17p419-445. Disponível em: https://revistas.usp.br/caracol/article/view/159142.. Acesso em: 3 dez. 2024.