Aventuras que fecham feridas: o caminho até o matrimônio
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9651.v1i6p80-101Resumo
La Gitanilla”, “La ilustre fregona, Las dos doncellas” e “La fuerza de la sangre” problematizam, por um lado, a relação entre nobreza e virtude natural; por outro, a legitimação da honra feminina e a defesa de sua restauração em caso de mácula. As garotas lançam mão de ricas estratégias – silêncios, encobrimentos, travessias, enganos e disfarces – para compensar o despojo que deu lugar à aventura, pondo em jogo uma identidade que deve ser restaurada. O caminho até a boda pode se ler como um simbolismo universal, como o sorteio de uma série de provas que implicam o controle sobre as paixões, de modo a alcançar o domínio de si e representar o doloroso trânsito da juventude a maturidade. Neste sentido, as novelas poderiam ser exemplares enquanto metáfora do caminho percorrido que toda pessoa deve fazer para chegar a ser quem é, como nos contos de fadas. Alcançar estado matrimonial é prêmio e signo de maturidade, fim da etapa de busca da identidade e das provas, superação do lugar de filho (o lugar do risco, a liberdade e a aventura) e aceitação do lugar de pai (o lugar da responsabilidade). Ao mesmo tempo que coroa o senhorio de si, o processo põe fim à independência feminina que existe na solteirice.
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