Educação e emancipação no horizonte das luzes
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i25p124-149Palavras-chave:
Crise da Educação, Emancipação, Luzes, Autoridade, TutelagemResumo
Nota dos editores: O ensaio de Stéphane Pujol, traduzido em nossos Cadernos de Ética e Filosofia Política, é uma reflexão histórica e crítica do que comumente denominamos “crise da educação”. Tentar compreender as origens deste impasse leva o autor a investigar suas bases modernas na relação entre educação e emancipação efetivada no Iluminismo. Trata-se de um duplo movimento: (a) uma investigação sobre os princípios iluministas da educação moderna, compreendendo nela não apenas o sentido pedagógico de suas diretrizes, como também sua novidade: o sentido emancipatório que não mais se baseia na formação de uma cultura geral, mas no desenvolvimento igual de todos os cidadãos e a crítica de toda tutela autoritária em defesa da autonomia. Portanto, transformação e não mais formação; (b) a partir desta gênese da educação moderna, Pujol retoma o debate da crise da educação e se questiona: até que ponto o projeto de emancipação que herdamos do iluminismo não implica ainda em formas de sujeição, não mais de uma autoridade física, mas da lei? Até que ponto a crise da educação contém a perspectiva crítica desta herança iluminista, o que se nota na perspectiva de diversos jovens, que concebem a escola como um lugar de tutela? Conseguiríamos reverter o projeto emancipatório iluminista, constituindo uma “contra-emancipação” independente de modelos de autoridade e tutela?Downloads
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