Sade entre Epicuro e Zenão
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i26p106-122Palavras-chave:
Sade – Epicuro – Zenão – átomos – pneumaResumo
Nos romances de Sade, encontramos referências a duas correntes filosóficas não somente distintas, mas aparentemente incompatíveis. De um lado, há o fluido elétrico, substância plena cuja origem remonta ao pneuma do estoico Zenão. De outro, a metempsicose materialista, que retoma o atomismo de Epicuro. Quanto ao primeiro, o século XVIII foi marcado pelos experimentos com a eletricidade, apresentada então como um fluido invisível, capaz de se propagar por toda parte, na matéria viva bem como na matéria inerte. No ser humano, tal fluido circula dentro dos nervos, de modo a ligar o cérebro aos músculos para produzir sensações e movimento. Paralelamente, os princípios transmitidos por Lucrécio se disseminam na literatura clandestina. Pretendia-se refutar a existência de Deus como causa primeira do universo e comprovar a materialidade da alma, explicando todas as transformações dos corpos pelo movimento perpétuo dos átomos. Em seu sentido materialista, a transmigração ou metempsicose seria uma reorganização da matéria sob diferentes formatos. Este artigo pretende examinar como Sade transgride os limites entre Epicuro e Zenão nos discursos de seus personagens.
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Copyright (c) 2015 Clara Carnicero de Castro
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