Liberdade e determinação em Schopenhauer e Freud
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v2i09p95-114Palavras-chave:
Ética, Schopenhauer, FreudResumo
Embora Freud e Schopenhauer sejam considerados dois dos principais autores que ressaltaram a preponderância das determinações inconscientes sobre o comportamento, podemos perceber que as conclusões éticas derivadas destas premissas divergem em alguns pontos fundamentais. Isso devido a uma concepção do fenômeno moral alicerçada em diferentes projetos. O projeto metafísico de Schopenhauer parece indicar alternativas de enfrentamento dos dilemas éticos menos promissoras quando comparadas ao projeto freudiano. As semelhanças, contudo, indicam as dificuldades de conciliação dos conceitos de liberdade e determinação quando aplicados ao fenômeno moral. Suas posturas são essencialmente trágicas, pois destacam a fragilidade na condução de nosso destino. Nesse sentido, eles parecem apontar para a dificuldade do projeto de emancipação da razão perante o domínio do querer, muito embora ambos não deixem de ressaltar a importância dessa na condução da tragédia da vida.
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