Desconfortável consolo: a ética niilista de Arthur Schopenhauer

Autores

  • Jarlee Oliveira Silva Salviano Doutorando em Filosofia. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humandas. Departamento de Filosofia.

Palavras-chave:

Schopenhauer, pessimismo, niilismo, ética

Resumo

Este texto pretende analisar o significado da negação da vontade na Ética schopenhaueriana. O pensamento de Schopenhauer pode ser entendido a partir de dois momentos distintos. No primeiro o filósofo elabora sua teoria do conhecimento e expõe sua ontologia (o que equivaleria aos dois primeiros livros de O Mundo como Vontade e Representação) apresentando sua visão de mundo pessimista, em que é mostrado, conforme suas próprias palavras, o pior dos mundos possíveis: este momento representaria um movimento de queda. No segundo momento ocorreria, dirão alguns, uma virada radical, traçada em uma trajetória ascendente, em que Schopenhauer apresenta a solução para o problema do infortúnio (o que equivaleria aos dois últimos livros de O Mundo). Teríamos aqui um Schopenhauer demasiado feliz, otimista, e representante de uma filosofia do consolo. Procuramos mostrar neste texto que este segundo movimento representa, na verdade, um momento mais trágico ainda. A negação da vontade (ou da vida, o que é o mesmo em Schopenhauer) ofertada como a redenção (Erlösung) do problema moral, nos lança numa queda mais

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Publicado

2020-01-23

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Desconfortável consolo: a ética niilista de Arthur Schopenhauer. (2020). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 1(06), 83-110. https://revistas.usp.br/cefp/article/view/165956