Ideologias políticas e representação democrática: um estudo a partir de Michael Freeden e Nadia Urbinati

Autores

  • Patricia Graeff UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i1p%25p

Palavras-chave:

Ideologias, Representação, Legitimidade., Democracia, Deliberação

Resumo

A crise da representação política e as atuais ameaças às democracias liberais consistem em temas de grande reflexão e debate na filosofia política contemporânea, o que explica, em parte o renovado interesse pelo conceito de representação política.  O presente artigo defende que a compreensão das ideologias políticas, a partir da abordagem morfológica de Michael Freeden, possibilita novas formas de pensar sobre a representação e sua relação com a democracia. Ao atribuírem significados determinados e estáveis a conceitos políticos essencialmente contestados, as ideologias disputam o controle da linguagem política, desempenhando também uma função integrativa, ao vincular simbolicamente o indivíduo à sociedade a qual pertence, permitindo, assim, o compartilhamento de conteúdos da consciência individual. A partir da obra de Nadia Urbinati, defende-se a centralidade da recuperação da dimensão ideológica da política para uma noção de representação efetivamente democrática, o que passa pela compreensão do papel deliberativo das ideologias e o caráter híbrido destes sistemas de pensamento, que agregam elementos racionais e não-racionais.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Patricia Graeff, UFRGS

    Doutoranda do PPG em Filosofia da UFRGS, orientada pelo Prof. Dr. Paulo B. C. MacDonald.

Referências

BESSON, S. “The Paradox of Democratic Representation. On wheter and how disagreement should be represented”. In: Wintgens, L.J. (Ed). The theory and practice of legislation : essays in legisprudence, Ashgate, 2005 .

FREEDEN, M. Ideologies and Political Theory: A Conceptual Approach. New York: Clarendon Press, 1996.

FREEDEN, M. Ideology: A Very Short Introduction. New York: Oxford University Press, 2003.

GALLIE, W. B. “Essentially Contested Concepts”. In: Proceedings of the Aristotelian Society, n. 56, pp. 167-198, 1956.

GEERTZ, C. The Interpretation of Cultures: Selected Essays. New York: Basic Books, 1973.

KANT, I. On the common saying: That may be correct in theory, but it is of no use in practice (1793). M. Gregor (Ed.), Practical Philosophy. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

MANIN, B. The Principles of Representative Government. Cambridge University Press, 1997.

MANIN, B.; URBINATI, N. “A democracia representativa é democrática?” (2007). [Entrevista concedida a Helène Landemore em abril de 2007]. Trad. de Gustavo H. Delaqua, Fernanda Gontijo e Patrick Diener. In: Dois Pontos, v. 13, n. 2, pp. 143-156, 2016.

RAWLS, J. Political Liberalism. Expanded Edition. New York: Columbia University Press, 2005.

URBINATI, N. “Representation as Advocacy. A Study of Democratic Deliberation”. In: Political Theory, vol. 28, pp. 758-786, 2000.

URBINATI, N. Representative Democracy. Principles and Genealogy. Chicago: The University of Chicago Press, 2006.

URBINATI, N. “O que torna a representação democrática?”. Trad. Mauro Soares. In: Lua Nova, vol. 67, pp. 191-228, 2006.

URBINATI, N. “Crise e metamorfoses da democracia”. In: Revista Brasileira Ciência Política, vol.28, n. 82, pp. 5-16, 2013.

URBINATI, N. “Da Democracia dos partidos ao plebiscito da audience”. Trad. Carlo Alberto Dastoli. In: Lua Nova, n. 89, pp. 85-105, 2013.

URBINATI, N. Democracy Disfigured. Opinion, Truth and the People. Cambridge: Harvard University Press, 2014.

URBINATI, N. “Liquid Parties, dense populism”. In: Philosophy and Social Criticism, vol. 45, pp. 1069-1083, 2019.

URBINATI, N.; WARREN, Mark E., “The Concept of Representation in Contemporary Democratic Theory”. In: Annual Review on Political Science, n. 11, pp. 387–412, 2008.

Downloads

Publicado

2024-07-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Ideologias políticas e representação democrática: um estudo a partir de Michael Freeden e Nadia Urbinati . (2024). Cadernos De Ética E Filosofia Política, 43(1), p. 38-50. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v43i1p%p