Resistência e Libertação: a agência da mulher negra
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v44i2p%25pPalavras-chave:
Angela Davis, Libertação, Liberdade, Resistência, Mulher negraResumo
O artigo examina a concepção de liberdade elaborada por Angela Davis a partir da experiência histórica da mulher negra na luta contra as múltiplas formas de opressão. Em contraposição à tradição filosófica ocidental, que define a liberdade como um atributo universal e abstrato, Davis propõe compreendê-la como um processo histórico e coletivo de libertação, forjado nas práticas cotidianas de resistência. A mulher negra, ao organizar redes de cuidado, solidariedade e insubmissão, torna-se sujeito fundante dessa nova formulação do conceito. A análise percorre as obras produzidas por Davis entre o fim da década de 1960 e o início da década de 1970, evidenciando como sua filosofia articula teoria, prática e militância, a partir de uma crítica radical à criminalização da resistência e à ordem social que sustenta a exclusão. Ao deslocar a liberdade de seu registro abstrato para a experiência concreta de quem historicamente teve esse direito negado, Davis propõe uma filosofia da libertação enraizada na práxis insurgente das mulheres negras.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Política. Trad. e notas A. C. Amaral e C. C. Gomes. Ed. Bilíngue. Lisboa: Vega, 1998.
DAVIS, A. Angela Davis: uma autobiografia. Tradução de Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2019.
DAVIS, A. If They Come in the Morning: voices of resistance. New York: Signet, 1971.
DAVIS, A. Lectures on liberation. Palo Alto: New York Committee to Free Angela Davis, 1971.
DAVIS, A. “Lectures on Liberation”. In: Narrative of the life of Frederick Douglass, an American slave, written by himself: a new critical edition / by Angela Y. Davis. Collection The Open media series. San Francisco, CA: City Lights Publishers, 2010.
DAVIS, A. Palestras sobre libertação. Tradução de Rogério W. Galindo. São Paulo: Carambaia, 2023.
DAVIS, A. The Angela Davis Reader. JAMES, Joy [ed]. Oxford and Cambridge, MA: Blackwell, 1998.
DAVIS, A. “Reflections on the Black Woman’s Role in the Community of Slaves. The Black Scholar”, v. 3, n. 4, pp. 2–15, dez. 1971.
DOUGLASS, F. Narrative of the life of Frederick Douglass, an American slave. San Francisco: City Lights Books, 2010.
DOUGLASS, F. A vida e época de Frederick Douglass escritas por ele mesmo. Tradução de Rogério Bettoni. São Paulo: Carambaia, 2022.
JACKSON, G. Soledad Brother: the prison letters of George Jackson. Chicago: Lawrence Hill Books, 1994.
KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Maas. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC-Rio, 2006.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo. Tradução de Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994.
MOYNIHAN, D. P. The Negro Family: the case for national action. Washington, D.C.: U.S. Department of Labor, Office of Policy Planning and Research, 1965.
O’BYRN, E. “Reading Angela Davis Beyond the Critique of Sartre”. In: CUNNINGHAM, Conor; KIRWAN, James (org.). The Edinburgh Companion to Literature and Continental Philosophy. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2022. pp. 356–370.
THOMPSON, M. C. “Unrepeatable: Angela Y. Davis and Black Critical Theory”. In: THOMPSON, Mark Christian. Phenomenal Blackness: Black Power, Philosophy, and Theory. Chicago: University of Chicago Press, 2022.
UNITED STATES. Constitution of the United States of America. Washington, D.C.: U.S. Government Printing Office, 1787. Disponível em: https://www.archives.gov/founding-docs/constitution-transcript. Acesso em: [01 de julho de 2025.
Yanci, G. African-American Philosophers: 17 conversations. New York, NY: Routledge, 1998.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Laíssa Ferreira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.