O retorno do recalcado: crise e renovação do cânone filosófico na experiência uspiana
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v44i2p101-116Palavras-chave:
História da Filosofia, Cânone, Institucionalização, Universidade de São PauloResumo
Este artigo investiga a história da filosofia enquanto instituição, analisando seus mecanismos de exclusão e seu potencial de abertura. Examina-se brevemente a tradição historiográfica francesa, de Victor Cousin a Martial Gueroult, e sua recepção no Brasil, com foco na experiência do Departamento de Filosofia da USP. Argumenta-se que a história da filosofia, embora frequentemente operando como campo normativo e excludente, carrega em si mesma a chave para sua renovação. Defende-se que a pretensa crise atual do cânone não representa uma degeneração, mas um “retorno do recalcado”: uma oportunidade para reafirmar uma reflexão filosófica sobre a história da filosofia.
Downloads
Referências
ARANTES, P. Departamento francês de ultramar: estudos sobre a formação da cultura filosófica uspiana (uma experiência nos anos 60). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.
ARRUDA, M. Metrópole e cultura: São Paulo no meio do século XX. Bauru: EDUSC, 2001. Disponível em: www.edusc.com.br. Acesso em: 21 out. 2025.
CANHADA, J. O discurso e a história: a filosofia no Brasil no século XIX. São Paulo: Edições Loyola, 2020.
CHAUÍ, M. “Merleau-Ponty: da constituição à instituição”. In: DoisPontos, [S.l.], v. 9, n. 1, 2012. DOI: 10.5380/dp.v9i1.29097. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/doispontos/article/view/29097. Acesso em: 21 out. 2025.
COUSIN, V. Cours de philosophie: introduction à l'histoire de la philosophie. Paris: Pichon et Didier, 1828.
DOSSE, F. A história. Tradução: Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Unesp, 2012.
FICHTE, J. “Sobre o conceito da doutrina da ciência ou da assim chamada filosofia”. In: Os pensadores. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1973.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução de Laura Fraga de Almeida Sampaio. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999.
FREUD, S. Obras completas de Freud. Volume 4: A interpretação dos sonhos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
FREUD, S. “Estudos sobre a histeria”. In: Obras completas de Freud, v. 2: Estudos sobre a histeria (1893-1895). Tradução de: Paulo César de Souza e Laura Barreto. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
FREUD. S. “O recalque”. In: Obras completas de Freud, v. 12: Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916). Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
GIANNOTTI, J. “Alinhavando questões.” In: Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, n. 37, pp. 477-487, 2018.
GUEROULT, M. Philosophie de l’histoire de la philosophie. Paris: Aubier, 1979.
GUEROULT, M. Descartes segundo a ordem das razões. Tradução de Érico Andrade, Enéias Forlin, Marisa Donatelli, César Battisti e Alexandre Soares. São Paulo: Discurso Editorial, 2016.
HEGEL, G. Introdução à história da filosofia. Tradução de A. Pinto Carvalho. 4. ed. Coimbra: Coleção Studium, 1980.
LUNA, F.; KLEIN, H. História econômica e social do Estado de São Paulo: 1950-2020. São Paulo: Unesp, 2022. Disponível em: www.unesp.br. Acesso em: 21 out. 2025.
LEPETIT, B. Por uma nova história urbana. São Paulo: Edusp, 2001.
MARQUES, U. A Escola Francesa de Historiografia da Filosofia: notas históricas e elementos de formação. São Paulo: Unesp, 2007.
MOURA, C. “História Stultitiae e História Sapientiae”. In: Discurso, São Paulo, n. 17, p. 151–172, 1988. DOI: 10.11606/issn.2318-8863.discurso.1988.37935. Disponível em: https://revistas.usp.br/discurso/article/view/37935. Acesso em: 21 out. 2025.
NOBRE, M. A filosofia da USP sob a ditadura militar. São Paulo: Editora Revista Novos Estudos, 1999.
PIAIA, G.; MICHELI, G.; SANTINELLO, G. (orgs.). Models of the history of philosophy: Volume IV – The Hegelian Age. Cham: Springer, 2022. DOI: 10.1007/978-3-030-84490-5. Disponível em: https://link.springer.com/book/10.1007/978-3-030-84490-5. Acesso em: 21 out. 2025.
PORCHAT PEREIRA, O. “Discurso aos estudantes sobre a pesquisa em filosofia”. In: Virtualia Journal, São Paulo, v. 1, n. 1, pp. 18-33, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufop.br/virtualia-journal/article/view/2232/1689. Acesso em: 21 out. 2025.
RINGER, F. O declínio dos mandarins alemães. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Edusp, 2000.
SILVA, F. “Pesquisas no departamento de filosofia”. In: Estudos Avançados, São Paulo, v. 8, n. 22, pp. 305-314, 1994. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v8n22/39.pdf. Acesso em: 21 out. 2025.
SILVA, M. A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2020). São Paulo: Edições SESC, 2023.
SOUZA, G. “Carta de Gilda de Mello e Souza a Oswaldo Porchat”. In: Discurso, São Paulo, v. 53, n. 1, p. 212–215, 2023. DOI: 10.11606/issn.2318-8863.discurso.2023.213922. Disponível em: https://revistas.usp.br/discurso/article/view/213922. Acesso em: 21 out. 2025.
TAINE, H. Les philosophes français du XIXe siècle. 2. éd. revue et corrigée. Paris: Librairie de L. Hachette et Cie, 1860.
TERRA, R.; NOVAES, M.; TAVOLARI, B. Cânone, epistemicídio e método. Colóquio: O método em questão - leitura estrutural e história da filosofia na USP – 28/08/24. In: USPFFLCH do Youtube. Mesa Redonda. 4H55min56s. Disponível em: https://www.youtube.com/live/M5i11gk5ynw. Acesso em: 10 nov. 2025.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lucas Vinicius Correa Rodrigues

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.