“Cultivo” e vivência (Erlebnis): premissas à construção da tarefa de ‘tornar-se o que se é’ em Nietzsche
Palavras-chave:
‘Tornar-se o que se é’ – Erlebnis – cultivo – pathos.Resumo
o objetivo do artigo é lançar algumas hipóteses de análise sobre uma fenomenologia
da ação moral em Nietzsche, especialmente no que se refere à fórmula nietzscheana
“tornar-se o que se é”, notadamente por meio de duas noções decisivas à constituição
do homem pela ação: vivência (Erlebnis) e ‘cultivo’. O homem se torna o que é exclusivamente
na vida e sob as condições concretas de sua existência, sem que “suspeite”, como
escreve Nietzsche, “remotamente o que é” e, neste caso, trata-se de um processo que se
desdobra em meio às suas vivências. Compreendida como pathos ou contra-conceito da
razão, toda vivência atua cultivando o homem, em um processo fenomenológico de ‘cultivo’
humano rumo à trajetória de ‘tornar-se o que se é’.