Sobre a concepção totalitária da vida
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p179-196Palavras-chave:
Arianismo , Vida , Psicanálise , Estado Total , MarcuseResumo
A partir de uma Weltanschauung que envolve o conceito de vida, Hitler organizaria um dos capítulos centrais de sua obra autobiográfica Minha Luta, “Povo e Raça”. Seriam entre as formas de vida que se organizam os três grupos humanos – a saber, os fundadores, os depositários e os destruidores de cultura – que coabitam em competição pelo território do espaço vital. Em meio às interpretações de Hitler, surge então uma economia vitalista, pela qual justifica tanto o Estado quanto a Guerra totais. Diante deste cenário, surgem críticas como as de Marcuse, cujos esforços procuram enfrentar a usurpação de conceitos como vida, natureza e racionalidade pelo mito nazista das raças e dos povos. Neste campo, Marcuse encontra a psicanálise. Para alguns, tal encontro seria um retorno a um certo naturalismo distante das exigências críticas do período; contudo, é possível insistir que tal recurso a Freud evidencia uma crítica direta à economia vitalista que se arma a partir da Weltanschauung totalitarista.Downloads
Referências
ABROMEIT, John. “The Vicissitudes of the Politics of «Life»: Max Horkheimer and Herbert Marcuse’s Reception of Phenomenology and Vitalism in Weimar Germany”. In: https://scholarworks.iu.edu/dspace/bitstream/handle/2022/1833/The%20Vicissitudes%20of%20the%20Politics%20of%20Life%20written%20version.pdf ?sequence=1 – site visitado em 10/01/2011.
CARNEIRO, Silvio R. G. O Discurso Ontológico e a Teoria Crítica de Herbert Marcuse: Gênese da Filosofia da Psicanálise (1927-1955). Dissertação de mestrado em Filosofia, 2008. In: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde21012009-103514/pt-br.php - site visitado em 10/01/2011.
COCKS, G. Psychotherapy in the Third Reich – The Göring Institut, New York: Oxford University Press, 1985.
FREUD, Sigmund. A Interpretação dos Sonhos. Trad. Walderedo I. de Oliveira. São Paulo: Imago, 2001.
HABERMAS, J. “Presentación”. In: HABERMAS, J. et alli. Respuestas a Marcuse, Bacelona: Editorial Anagrama, 1969.
HABERMAS, J. Conversaciones con H. Marcuse. Trad. Gustau Muñoz. Barcelona: Gedisa, 1978.
HITLER, Adolf. Minha luta. São Paulo: Centauro, 2005.
HITLER, A. Mein Kampf. In: http://www.harrold.org/rfhextra/download/Adolf%20Hitler%20%20Mein%20Kampf%20-%20German.pdf (site visitado em 03/09/2009).
KELLNER, D. “Tecnologia, guerra e fascismo: Marcuse nos anos 40”. In: MAR-
CUSE, H. Tecnologia, guerra e fascismo. São Paulo: Ed. Unesp, 1998.
KERSHAW, I. Hitler: um perfil do poder. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
MARCUSE, H. Cultura e sociedade, vol. 1, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MARCUSE, H. Cultura e sociedade, vol. 2, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.
MARCUSE, H. Eros and Civilization - A Philosophical Inquiry into Freud. Boston: Beacon Press, 1966.
SCHMIDT, A. “Ontologia existencial y materialismo histórico en los escritos de
Herbert Marcuse”. In: HABERMAS, J. et alli. Respuestas a Marcuse. Bacelona: Editorial Anagrama, 1969.
SCHMITT, C. The Concept of Political. Chicago: Chicago University Press, 2007.
WIGGERSHAUS, R. A. Escola de Frankfurt: história, desenvolvimento teórico, significação política. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2011 Silvio Ricardo Gomes Carneiro

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.