Sobre a concepção totalitária da vida

Autores

  • Silvio Ricardo Gomes Carneiro Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p179-196

Palavras-chave:

Arianismo , Vida , Psicanálise , Estado Total , Marcuse

Resumo

A partir de uma Weltanschauung que envolve o conceito de vida, Hitler organizaria um dos capítulos centrais de sua obra autobiográfica Minha Luta, “Povo e Raça”. Seriam entre as formas de vida que se organizam os três grupos humanos – a saber, os fundadores, os depositários e os destruidores de cultura – que coabitam em competição pelo território do espaço vital. Em meio às interpretações de Hitler, surge então uma economia vitalista, pela qual justifica tanto o Estado quanto a Guerra totais. Diante deste cenário, surgem críticas como as de Marcuse, cujos esforços procuram enfrentar a usurpação de conceitos como vida, natureza e racionalidade pelo mito nazista das raças e dos povos. Neste campo, Marcuse encontra a psicanálise. Para alguns, tal encontro seria um retorno a um certo naturalismo distante das exigências críticas do período; contudo, é possível insistir que tal recurso a Freud evidencia uma crítica direta à economia vitalista que se arma a  partir da Weltanschauung totalitarista.

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Biografia do Autor

  • Silvio Ricardo Gomes Carneiro, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Doutorando em Filosofia pelo departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, sob orientação do Prof. Dr. Vladimir Pinheiro Safatle. Bolsista Fapesp.

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Publicado

2011-06-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Carneiro, S. R. G. (2011). Sobre a concepção totalitária da vida. Cadernos De Ética E Filosofia Política, 1(18), 179-196. https://doi.org/10.11606/issn.1517-0128.v1i18p179-196