Scripta mulierum: proposta de tradução da carta LI de Constanza Varano (1444) a Isotta Nogarola do latim para o português do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5388.i30p350-368Palavras-chave:
tradução, autoria feminina, Humanismo, Latim, Análise do Discurso materialistaResumo
Este trabalho propõe a tradução para o português do Brasil da carta LI, escrita em latim por Constanza Varano em 1444 e endereçada a Isotta Nogarola, duas importantes autoras do século XV. O objetivo da tradução é não apenas apresentar uma obra representativa da produção literária feminina no Humanismo italiano, mas também contribuir para o reconhecimento da autoria feminina em latim nesse contexto. Para tanto, oferecemos um panorama sobre o cenário histórico e literário da época, destacando o papel das mulheres nas produções intelectuais em latim e explorando os pressupostos teóricos e metodológicos que fundamentam nossa proposta de tradução. Em particular, enfatizamos a interlocução entre os campos dos Estudos da Tradução e da Análise do Discurso materialista, analisando suas implicações no processo tradutório. Ao apresentar uma tradução inédita da carta LI de Constanza Varano, buscamos ampliar a divulgação de sua obra e destacar a expressiva produção literária feminina em latim no Renascimento, promovendo sua valorização no Brasil e em outros países de língua portuguesa.
Downloads
Referências
ARROJO, R. Tradução, desconstrução e psicanálise. Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1993.
CAMPOS, G. Estudos da tradução e análise do discurso: diálogos possíveis. Cadernos do CNLF. Rio de Janeiro: CiFEFiL, n. 12, v. 12, 2009. p. 45-55.
DE NARDI, F.; BRANCO, S. Interlocuções entre a análise do discurso e os estudos da tradução: algumas contribuições para o ensino de língua. Conexão Letras: História, linguística & literatura. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 7, n. 7, 2012. p. 81-94.
FLÓREZ, M. El humanismo, las humanistas. In: NOGAROLA, I. Quién pecó más Adán o Eva? Traducción castellana de Juan Aguilar González. Sevilla: ArCiBel Editores, S.L., 2013.
HENDRICKSON et al. Introduction. In: NOGAROLA, I. Isotta Nogarola’s Defense of Eve: a Latin text of the De Pari aut Impari Evae atque Adae Peccato with running vocabulary and commentary. Hendrickson et al. (Ed.). Pixelia Publishing, 2022. p. 1-30.
KABORYCHA, L. A corresponding Renaissance: letters written by Italian women, 1375-1650. Oxford: Oxford University Press, 2016.
KELLY-GADOL, J. Did women have a Renaissance? In: BRIDENTHAL, R.; KOONZ, C. (Ed.). Becoming visible: women in European history. [Boston]: Houghton Mifflin Co., 1977. p. 174-201.
KING, M.; RABIL JR., A. Her immaculate hand: selected works by and about the women humanists of Quattrocento Italy. Binghamton: University of New York, 1992.
KING, M.; RABIL JR., A. The other voice in early modern Europe: introduction to the series. In: NOGAROLA, I. Complete writings: letterbook, dialogue on Adam and Eve, orations. Edited and translated by KING, M.; ROBIN, D. Chicago: University of Chicago Press, 2004.
KING, M.; ROBIN, D. Volume editor’s introduction. In: NOGAROLA, I. Complete writings: letterbook, dialogue on Adam and Eve, orations. Edited and translated by Margaret L. King; Diana Robin. Chicago: University of Chicago Press, 2004.
MITTMANN, S. Notas do tradutor e processo tradutório: análise e reflexão sob uma perspectiva discursiva. Porto Alegre: UFRGS, 2003.
NOGAROLA, I. Isotæ Nogarolæ Veronensis opera quae supersunt omnia: accedunt Angelæ et Zeneveræ Nogarolæ epistolæ et carmina. Edited by Eugenius Abel. 2 vols. Viena: apud Gerold & Cie; Budapest: apud Fridericum Kilian, 1886.
ORLANDI, E. Discurso e leitura. São Paulo; Campinas: Cortez; Editora da UNICAMP, 1988.
ORLANDI, E. O que é linguística? São Paulo: Brasiliense, 1989.
ORLANDI, E. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 12. ed. Campinas, SP: Pontes, 2015.
PARKER, H. Constanza Varano (1426-1447): Latin as an instrument of State. In: CHURCHILL, L.; BROWN, P.; JEFFREY, J. (Eds.). Women writing Latin from Roman antiquity to early modern Europe. Vol. 3: Early Modern Women Writing Latin. New York: Routledge, 2002. p. 31-53.
PÊCHEUX, M. O discurso: estrutura ou acontecimento. Campinas, SP: Pontes, 1990.
PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso (AAD-69). Trad. B. S. Mariani [et al.]. In: GADET, F.; HAK, T. Por uma Análise Automática do Discurso: uma introdução à obra de M. Pêcheux. 3. ed. Campinas: Ed. da Unicamp, 1997, p. 61-105.
PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Unicamp, 2014.
RODRIGUES, P. Isotta Nogarola: a humanista que a história esqueceu (1418-1466): contributo para uma visão sobre o humanismo feminino renascentista. 2014. 117 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Lisboa, 2014.
RODRIGUES, P. Protofeminismo no Renascimento italiano pela pena de Isotta Nogarola. Historiæ. Rio Grande, v. 8, n. 2, p. 239-251, 2017.
SHELNUTT-BEAM, T. The women’s Renaissance: an analysis of gender expectations and experiences in early modern Europe. 2024. 68 f. Dissertação (Mestrado) – Department of History, East Tennessee State University. Electronic Theses and Dissertations. Paper 4359. Disponível em: [https://dc.etsu.edu/etd/4359](https://dc.etsu.edu/etd/4359). Acesso em: 15 jan. 2025.
VENUTI, L. The Translator’s Invisibility: A History of Translation. London: Routledge, 1995a.
VENUTI, L. A invisibilidade do tradutor. Trad. Carolina Alfaro. PaLavra, Rio de Janeiro, n. 3, p. 111-132, 1995b.
WIESNER-HANKS, M. Women and gender in early modern Europe. 4. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Thaíse Bastos Pio

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.