Mídia e democracia em debate: como os jovens interpretam o processo eleitoral de 2022?

Autores

  • Carla Baiense Félix Universidade Federal Fluminense
  • Natália Kleinsorgen Bernardo Borges Universidade Federal Fluminense
  • Renata Brás Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v29i2p41-58

Palavras-chave:

eleições 2022, juventude, mídias, Projeto Grael, cidadania

Resumo

Neste artigo relatamos a experiência de extensão realizada pelo Grupo Mídias, Redes e Jovens (MRJ/UFF) com adolescentes entre 14 e 16 anos, participantes do Projeto Grael, ONG sediada no município de Niterói, no Rio de Janeiro. A ação, voltada à promoção do letramento midiático e informacional, tinha como objetivo produzir uma reflexão sobre a relação entre o que circula nas redes sociais digitais e o que acontece na política. Desenvolvida num momento de extrema polarização, entre setembro e outubro de 2022, a experiência nos permitiu observar como os jovens produzem sentidos sobre cidadania em tempos de crise democrática.

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Biografia do Autor

  • Natália Kleinsorgen Bernardo Borges, Universidade Federal Fluminense

    Jornalista e mestra em Mídia e Cotidiano (PPGMC/UFF). Bolsista Faperj Doutorado Nota 10, orientada pela Profª. Drª. Carla Baiense Felix, no Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (PPGMC/UFF), onde pesquisa a cobertura midiática de violências cometidas contra mulheres lésbicas; análise do discurso feminista; Mídia e criminalização da pobreza; Mídia e violência; Teorias lésbicas e Teoria Feminista. É membra co-fundadora da coletiva de lésbicas e bissexuais de Niterói, a Oitava Feminista, que atua desde 2017 com promoção de educação antissexista e antirracista. É designer gráfico na ONG Criola, que atua na defesa de direitos de mulheres negras. Doutoranda na linha de pesquisa "Políticas, discursos e sociedade" (PPGMC/UFF), linha que analisa as construções discursivas e os processos midiáticos no contexto das relações de poder observáveis em diversas práticas sociais da vida cotidiana. Organiza-se em torno de pesquisas sobre os processos hegemônicos, contra-hegemônicos e não-hegemônicos da comunicação midiatizada, com ênfase nas questões social, cultural e nas interfaces da comunicação com o local, o regional e o global. Integrante do Grupo de Pesquisa Mídias, redes e jovens: usos e apropriações em contextos digitais (CNPq 2014).

  • Renata Brás, Universidade Federal Fluminense

    Doutoranda e bolsista CAPES no Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano pela Universidade Federal Fluminense - UFF (2020/2024). Mestre em Mídia e Cotidiano, também pela UFF (2017). Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo pelo Centro Universitário Augusto Motta (2012). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em jornalismo e pesquisa em comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas: mídia, economia política, teoria política e teorias da comunicação e do jornalismo. Atualmente desenvolve pesquisa sobre regulação das comunicações, desinformação e sua relação com a democracia e pós-democracia.

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Publicado

2024-12-20

Como Citar

Félix, C. B., Borges, N. K. B., & Brás, R. (2024). Mídia e democracia em debate: como os jovens interpretam o processo eleitoral de 2022?. Comunicação & Educação, 29(2), 41-58. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v29i2p41-58