A política de registro das congadas em Minas Gerais: mobilização, diálogos e descontinuidades em Santo Antônio do Monte/MG.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i22p242-266Palavras-chave:
Congadas, Registro de bens culturais, Política cultural, Patrimônio imaterialResumo
Este artigo apresenta uma reflexão acerca do processo de Pedido de Registro das Congadas de Minas, conduzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Trata-se de uma manifestação cultural afro-brasileira cujas origens remontam o período da escravidão. Há registro de rituais festivos em louvor a Virgem do Rosário e outros santos do imaginário católico como São Benedito e Santa Efigênia, em todas as regiões do estado. As festividades recebem denominações diferentes em cada localidade. Em Santo Antônio do Monte, no centro-oeste mineiro, comumente se usa o termo Reinado para referir-se a tais festividades; na região do triângulo mineiro é mais usual o termo Catupé, já em outras Congadas ou Congados. As pesquisas em curso visam construir uma produção de conhecimento diversa e abrangente acerca da prática cultural e levantar dados através de metodologia específica denominada de INRC – Inventário Nacional de Referências Culturais. Paralelamente são utilizados dados etnográfico e histórico capazes de embasar o Pedido de Registro, e possivelmente a inclusão da referida referência cultural na lista de bens culturais do instituto. O estudo analisa alguns dados etnográficos e históricos obtidos a partir de observações participantes realizadas entre os anos de 2014 e 2015, durante as visitas das esquipes de pesquisas do Iphan em Santo Antônio do Monte. Em linhas gerais, reflete sobre algumas considerações acerca da condução do processo de mobilização da base social, diálogos institucionais entre estado e congadeiros e possíveis descontinuidades da política.
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