E se Camillo Sitte visitasse o Rio De Janeiro?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i22p92-117Palavras-chave:
Patrimônio Cultural, Urbanização, Paisagem urbanaResumo
O presente trabalho propõe a reflexão e o rebatimento, para o contexto urbano da cidade do Rio de Janeiro, de aspectos teóricos do discurso de Camillo Sitte (1843 – 1903) caracterizado, dentre outros pontos, pela defesa da manutenção das características originais dos entornos de monumentos. O pensamento do autor opôs-se à tendência do urbanismo racionalista, emergente na Europa da segunda metade do século XIX, de isolá-los, integrando-os aos novos traçados viários. Nessa perspectiva, foram destacados dois casos de entornos de monumentos da cidade do Rio de Janeiro: a Igreja da Candelária (Centro) e o portão principal de acesso ao Jardim da Quinta da Boavista (São Cristóvão). Os pressupostos teóricos lançados por Sitte se baseiam nas ideias lançadas pelo urbanismo desenvolvido na Europa do século XIX, antecipando um fenômeno que afetou as cidades mundiais, inclusive o Rio de Janeiro, ou seja, o isolamento de monumentos. A reflexão proposta se baseia no livro escrito por Sitte e intitulado A construção de cidades segundo seus princípios artísticos, publicado em Viena (1889). A repercussão da obra foi observada no debate teórico mundial sobre conservação de áreas urbanas, desenvolvido ao longo do século XX. Os pressupostos lançados por Sitte foram observados mais tarde nos conceitos difundidos mundialmente por teóricos e por cartas e recomendações relacionadas à conservação do patrimônio cultural das cidades, como por exemplo a Carta de Atenas (1931), a Carta de Veneza (1964), a Carta de Brasília etc. Todas elas recomendam fortemente a manutenção da morfologia original dos entornos dos monumentos.
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