A precarização do trabalho e a saúde dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2023.190114

Palavras-chave:

CAPS, Condições de trabalho, Profissionais de saúde, Saúde mental

Resumo

Esse estudo traz dados de uma pesquisa de doutorado que objetivou conhecer a relação entre a precarização do trabalho e a saúde dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo no campo da Saúde do Trabalhador. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas e observações sistemáticas com os trabalhadores. A partir dos depoimentos e das observações, foram percebidos problemas de ordem de gestão e de recursos materiais e humanos necessários para o bom funcionamento do serviço que geraram preocupação e sofrimento aos profissionais. Um outro componente que também colaborou para a precarização do trabalho desses profissionais foi o trabalho terceirizado. Além disso, os profissionais expressaram suas experiências e seu cotidiano de trabalho por meio de sofrimento, angústia e dificuldades para realização do trabalho. O sofrimento do trabalhador da saúde mental também tem suas particularidades, inerentes ao próprio tipo de trabalho, visto que tais profissionais estão expostos ao sofrimento e à dor de outras pessoas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Yasmin Livia Queiroz Santos, Universidade de São Paulo

    Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

  • Vera Lucia Navarro, Universidade de São Paulo

    Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (1984) com mestrado em Ciências Sociais e Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1991), doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1998) e Livre Docente em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Atualmente é professora Associada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo e credenciada no Programa de Pós-Graduação em Saúde na Comunidade, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da FFCLRP/USP. Sua produção científica é focada na Sociologia do Trabalho, com ênfase no estudo das relações entre trabalho e saúde.

  • Marisa Aparecida Elias, Universidade Federal de Uberlândia

    Docente na Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (1991), Doutora em Ciências pelo programa de Psicologia da Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto (2014) e mestre em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (2003). Tem experiência na área de Psicologia atuando principalmente nos seguintes temas: Saúde mental, saúde coletiva, ética e bioética, violência contra a mulher, saúde mental do trabalhador.

Referências

Antunes, C. (2012). Acerca da indissociabilidade entre as categorias trabalho e educação. In F. S. Previtali (Org.), Trabalho, educação e reestruturação produtiva (pp. 55-72). Xamã.

Antunes, R. (2011). Adeus ao trabalho? Ensaio sobre a metamorfose e a centralidade do mundo do trabalho (8a ed.). Cortez.

Benevides-Pereira, A. M. T. (2002). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. Casa do Psicólogo.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Porto Editora.

Costa, A. D. F. (2006). O médico, seu trabalho e sua saúde mental. Conselho Federal de Medicina.

Dejours, C. (1986). Por um novo conceito de saúde. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 14(54), 7-11.

Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho. Cortês.

Dejours, C. (2000). A Banalização da Injustiça Social (3a ed.). FGV.

Druck, G. (2011). Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios? Caderno CRH, 24(spe 1), 37-57. https://doi.org/10.1590/S0103-49792011000400004.

Elias, M. A. (2014). Equilibristas na corda bamba: o trabalho e a saúde de docentes do ensino superior privado em Uberlândia/MG [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital USP.

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-12122014-104307/pt-br.php.

Fernandes, M. A., & Marziale, M. H. P. (2014). Occupational risks and illness among mental health workers. Acta Paulista de Enfermagem, 27(6), 539-547. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400088.

Guimarães, J. M. X., Jorge, M. S. B., & Assis, M. M. A. (2011). (In)satisfação com o trabalho em saúde mental: Um estudo nos Centros de Atenção Psicossocial. Ciência e Saúde Coletiva, 16(4), 2145-2154. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000400014.

Laurell, A. C., & Noriega, M. (1989). Processo de produção e saúde: trabalho e desgaste operário. Hucitec.

Minayo, M. C. S. (1994). Ciência, técnica e arte: O desafio da pesquisa social. In M. C. S. Minayo, S. F. Deslandes, O. Cruz Neto, & R. Gomes (Orgs.). Pesquisa social: Teoria, método e criatividade (7a ed.). Vozes.

Ramminger, T. (2005). Trabalhadores de saúde mental: reforma psiquiátrica, saúde do trabalhador e modos de subjetivação nos serviços de saúde mental [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul]. Repositório digital da Ufrgs. https://lume.ufrgs.br/handle/10183/5675.

Resolução n. 466/2012, de 12 de dezembro de 2012. (2013, 13 de junho). Dispõe sobre as normas para realização de pesquisas com seres humanos. Ministério da Saúde.

Santos, M. P. G. (2007). Relações de trabalho nos serviços públicos de saúde mental [Apresentação de artigo]. I Simpósio sobre Condições de Trabalho e Saúde no Setor de Saúde, Belo Horizonte, MG, Brasil.

Yin, R. K. (2010). Estudo de caso: planejamento e métodos. Bookman.

Zanatta, A. B. (2017). Trabalho e adoecimento dos profissionais da saúde mental que atuam nos CAPS de Campinas-SP [Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. La Referencia. https://hdl.handle.net/20.500.12733/1631755.

Zanatta, A. B, Lucca, S. R., Sobral, R. C., Stephan, C. & Baldini, M. (2019). Estresse e enfrentamento de trabalhadores de centro de atenção psicossocial em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 17(1), 83-89. https://doi.org/10.5327/Z1679443520190300.

Downloads

Publicado

2023-12-18

Edição

v. 26 (2023)

Seção

Artigos Originais

Licença

Copyright (c) 2023 Yasmin Livia Queiroz Santos, Vera Lucia Navarro, Marisa Aparecida Elias

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e da publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicado nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e da publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.

Como Citar

A precarização do trabalho e a saúde dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial. (2023). Cadernos De Psicologia Social Do Trabalho, 26, e-190114. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.cpst.2023.190114