A Literatura Indígena e o direito à Justiça Epistêmica: reflexões a partir das políticas educacionais e de reparação histórica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2024.229423

Palavras-chave:

Literatura Indígena, Justiça Epistêmica, Educação Escolar Indígena, Lei nº 11645/2008, Reparação Política

Resumo

Neste artigo, discutimos a centralidade da literatura indígena contemporânea para a efetivação de processos de “justiça histórica” e “epistêmica”. Para isso, partimos de questões centrais que caracterizam essa produção – a vinculação aos movimentos indígenas e a forma particular de se compreender autoria, para analisarmos seu papel em duas dimensões consideradas necessárias ao enfrentamento contra o histórico de violência vivenciado pelos povos indígenas: a escolarização e os processos de reparação política.  

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Biografia do Autor

  • Juliana Ventura de Souza Fernandes, Instituto Federal de Minas Gerais

    Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico e Vice Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI Central) do Instituto Federal de Minas Gerais. Prêmio CAPES de Teses - edição 2021 na área de História. Doutora (2020) e Mestra (2013) em História (Linha História e Culturas Políticas) pela Universidade Federal de Minas Gerais. Graduada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012), com interesse em temas relativos à história indígena, racismo e Educação para as Relações Étnico-Raciais, violência estatal, memória da ditadura, experiências históricas traumáticas e direitos humanos. Foi contemplada com bolsa da Redmacro (Red de Macrouniversidades de América Latina e Caribe) para mobilidade acadêmica na Universidad Nacional Autonoma de México (agosto-dezembro/2017), durante o doutorado, e com bolsa da Fundação Santander para a realização de Curso de Língua Espanhola e disciplinas na Universidad de La Rioja, Espanha, durante o mestrado (outubro-dezembro/2012). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (2003), com Aprimoramento Profissional e Especialização em Psicologia Hospitalar pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2005). Atualmente, realiza estágio Pós-Doutoral na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, sob a supervisão da professora Ana Maria Rabelo Gomes. Pertencente à Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e ao coletivo IFMG Negro.

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Publicado

2024-11-30

Edição

Seção

Artigo Mestre

Como Citar

Fernandes, J. V. de S. (2024). A Literatura Indígena e o direito à Justiça Epistêmica: reflexões a partir das políticas educacionais e de reparação histórica. Revista Crioula, 33, 19-43. https://doi.org/10.11606/issn.1981-7169.crioula.2024.229423