ÁLVARO DE CAMPOS E A POÉTICA DA EXISTÊNCIA.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v8i15p30-46Palavras-chave:
Poética, Existência, Sensação, metafísicaResumo
Trata-se de apontar alguns aspectos que permitam uma leitura de Álvaro de Campos como representação poética da Existência. Tanto na temática quanto nas formas de expressão seria possível encontrar na poesia de Campos a tentativa de recusar a representação essencialista da realidade, aquela que pretende chegar ao núcleo essencial a partir do qual as coisas se explicitariam. Existir, para as coisas, é apresentar-se como sensível; existir, para o sujeito, é apreender-se como sensação. Neste sentido, pensar conceitualmente é trair a sensação, a totalidade difusa e infundamentada do real. Assim também, as palavras seriam, sobretudo, obstáculo e obscurecimento, sendo preciso atravessá-las para recuperar o mutismo primordial do sensível “pré-reflexivo”, tarefa que angustia e desorienta o poeta. A partir dos comentários teóricos de Pessoa acerca do “sensacionismo”, presente também em outros heterônimos, se procura compreender a situação poética de Álvaro de Campos, encontrando em sua poética uma recusa do dualismo metafísico que, entretanto, desembocaria numa metafísica do fracasso.
Downloads
Referências
PESSOA, F. Poesia Completa de Álvaro de Campos. Companhia das Letras, São Paulo, 2005.
PESSOA, F. Obra Poética. Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1986.
PESSOA, F. Obras em Prosa. Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1986.
MOISÉS, C.F. Engenheiro Naval, In _____Fernando Pessoa, Almoxarifado de Mitos, Ed. Escrituras, São Paulo, 2005.
SEGOLIN, F. Fernando Pessoa. Poesia, Transgressão, Utopia. EDUC, São Paulo, 1992.
CASAIS MONTEIRO, A. a Ideia de Modernidade. IN A Palavra Essencial, Companhia Editora nacional, São Paulo, 1989.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Franklin Leopoldo e Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.