ÁLVARO DE CAMPOS E A POÉTICA DA EXISTÊNCIA.
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v8i15p30-46Palabras clave:
Poética, Existência, Sensação, metafísicaResumen
Trata-se de apontar alguns aspectos que permitam uma leitura de Álvaro de Campos como representação poética da Existência. Tanto na temática quanto nas formas de expressão seria possível encontrar na poesia de Campos a tentativa de recusar a representação essencialista da realidade, aquela que pretende chegar ao núcleo essencial a partir do qual as coisas se explicitariam. Existir, para as coisas, é apresentar-se como sensível; existir, para o sujeito, é apreender-se como sensação. Neste sentido, pensar conceitualmente é trair a sensação, a totalidade difusa e infundamentada do real. Assim também, as palavras seriam, sobretudo, obstáculo e obscurecimento, sendo preciso atravessá-las para recuperar o mutismo primordial do sensível “pré-reflexivo”, tarefa que angustia e desorienta o poeta. A partir dos comentários teóricos de Pessoa acerca do “sensacionismo”, presente também em outros heterônimos, se procura compreender a situação poética de Álvaro de Campos, encontrando em sua poética uma recusa do dualismo metafísico que, entretanto, desembocaria numa metafísica do fracasso.
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Referencias
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