ENTRE A FINITUDE E O LIMIAR DA PAIXÃO: "FAZES-ME FALTA", DE INÊS PEDROSA
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v1i2p15-24Palavras-chave:
Amizade, Paixão, FinitudeResumo
Este trabalho pretende refletir sobre o romance Fazes-me falta (2006), de Inês Pedrosa, destacando a relevância dos questionamentos acerca de sentimentos tão caros como a amizade e a paixão; e também o tema da finitude do ser humano. No romance, a morte não é obstáculo para impedir um diálogo espectral em que apenas duas vozes se cruzam ao longo da narrativa: uma mulher que morre precocemente e um homem mais velho, que se sente viúvo, embora nunca tivessem firmado um compromisso amoroso. Desse “lugar sem lugar”, “limbo” ou “noante”, ela o vê e inicia um colóquio que será composto de cinquenta blocos textuais (metade para cada um). No limiar entre a amizade e a paixão, após a separação imposta pela morte dela, ambos, à distância, ouvem-se sem restrições e travam um diálogo intenso em que tecem seus sofrimentos e suas alegrias, suas afinidades e diferenças, expondo seus sentimentos como nunca haviam feito antes. Prosa permeada de toques poéticos, a narrativa densa da escritora portuguesa Inês Pedrosa representa temas em que se discutem as (sempre muito) complexas relações humanas, sua natureza e suas consequências, diante de algo definitivo como a morte.
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Copyright (c) 2009 Ana Maria Abraão dos Santos
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