(Escre)ver-se. A vida das coisas escritas e 'Um falcão no punho', de Maria Gabriela Llansol
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v5i9p140-152Palavras-chave:
diário, literatura autobiográfica, vida e escrita, autorreflexividadeResumo
Tomando em conta as caraterísticas atribuídas mais regularmente ao diário enquanto género da literatura autobiográfica, e apoiando-se nos trabalhos de estudiosos franceses inauguradores desta disciplina entre os estudos literários, esta reflexão pretende sobretudo considerar os diários de escritores na sua condição de objetos literários eminentemente fronteiriços e de difícil definição. A atenção a tais objetos implica necessariamente uma ponderação sobre pares de conceitos opositivos, como literatura e realidade, tempo e imanência, publicação e privacidade, ou vida e efabulação, para se chegar a um entendimento das dinâmicas particulares entre estes extremos e dos modos através dos quais eles aqui se afastam e se encontram, se separam e se confundem. Em segundo lugar, é testada a aplicação ou não destes tópicos na análise de, entre outros exemplos coadjuvantes, Um falcão no punho, diário de Maria Gabriela Llansol publicado em 1985, o qual, por sua vez, oferece novas dificuldades e idiossincrasias, assim como também consonâncias, tanto na sua relação teórica com este género da literatura altamente permeável, como na sua própria inserção nele. A natureza do diário, bifurcada desde a origem, parece refazer-se a cada nova entidade e intenção autoral, resistindo intimamente a limites artificiais, sem deixar, porém, de permanecer facilmente e paradoxalmente reconhecível como aquilo que é, de cada vez, aos olhos do leitor.Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2013 Amândio Reis
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.