Uninhibitedness and contestation: an interpretation of Eduardo Lourenço’s essay on the “New Literature”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i31p8-33Keywords:
Contemporary Portuguese fiction, Uninhibitedness, Contestation, New Literature, Álvaro de CamposAbstract
In this article, I present an interpretation of the essay "A Free-spirited Literature or the Children of Álvaro de Campos," first published in October 1966 in the journal O Tempo e o Modo, where Eduardo Lourenço defines and analyzes a literary phenomenon that decisively contributes to the transformation process that Portuguese literature and culture underwent in the second half of the 20th century. Through a meticulous bibliographical survey, I aim to contextualize Eduardo Lourenço's essay within the literary and cultural landscape of the time it was published, interpret it in light of the key readings that have emerged since its publication, and compare it with other perspectives on the same literary phenomenon. Revisiting some of the passages from the essay, I analyze the "New Literature" in its relationship with neorealism, which was still dominant when the new fiction writers emerged, attempting to define what sets it apart: its moral dimension. Finally, I elucidate what I believe to be the core of Eduardo Lourenço's argumentation – the belated reclamation of a tradition of contestation that operates in the "national subconscious" – and provide two brief considerations regarding this theme, emphasizing, on one hand, the specificity of the liberating impulse that traces back to Álvaro de Campos (although Eduardo Lourenço acknowledges its preexistence in other texts) and, on the other hand, the innovative nature of the uninhibited prose, the "condition of becoming" that, according to Rosa Maria Martelo, is intrinsic to every phenomenon of literary descent.
Downloads
References
A., Ruben. Caranguejo. Lisboa: Assírio & Alvim, 1988.
AA.VV. Situação da arte. E. Dionísio, A. Faria e L. S. de Matos (orgs.). Lisboa: Europa-América, 1968.
AA.VV. Sodoma divinizada. A. Fernandes (org.). Lisboa: Hiena, 1989.
ANDRADE, João Pedro de. “O Ângulo Raso – romance por Fernanda Botelho”. Diário Popular, Lisboa, ano 16, 21 de novembro de 1957, p. 7-11.
BEBIANO, Rui. O poder da imaginação. Coimbra: Angelus Novus, 2003.
BESSA-LUÍS, Agustina. A Sibila. Lisboa: Guimarães, 1970.
BOTELHO, Fernanda. Calendário privado. Lisboa: Clube Português do Livro e do Disco, s/d.
BOTELHO, Fernanda. O ângulo raso. Lisboa: Abysmo, 2021.
BOTTO, António. As Canções de António Botto. 14ª ed. Lisboa: Bertrand, s/d.
BRAGANÇA, Nuno. A noite e o riso. 3ª ed. Lisboa: Moraes Editora, 1978.
CABRAL, Eunice. Representações do mundo social em José Cardoso Pires. Tese (Doutoramento em Literatura Portuguesa). Universidade de Évora, 1994. http://hdl.handle.net/10174/10565.
COELHO, Eduardo Prado. O reino flutuante. Lisboa: Edições 70, 1972a.
COELHO, Eduardo Prado. A palavra sobre a palavra. Porto: Portucalense, 1972b.
COELHO, Jacinto do Prado. “Uma Pedrada no Charco na obra de Urbano Tavares Rodrigues”. In: RODRIGUES, U. T. Uma pedrada no charco. Lisboa: Bertrand, 1967, p. 243-252.
COELHO, Nelly Novaes. “Linguagem e ambiguidade na ficção portuguesa contemporânea”. Colóquio/Letras, Lisboa, n. 12, p. 68-74, 1973. Disponível em: https://coloquio.gulbenkian.pt/cat/sirius.exe/issueContentDisplay?n=12&p=68&o=p.
CRUZ, Liberto. “Viragem do romance português”. Arquivos do Centro Cultural Português, v. III. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian, 1971, p. 616-632.
CRUZ, Liberto; BRANDÃO, José; LEITÃO, Nicolau Andresen. O mundo de Ruben A. Lisboa: Assírio & Alvim, 1996.
DIONÍSIO, Mário. “Uma pequena grande história”. In José Cardoso Pires. O anjo ancorado. Lisboa: Dom Quixote, 1999, p. 11-51.
FARIA, Almeia. Rumor branco. Lisboa: Edições Caminho, 1992.
FERREIRA, Vergílio. Espaço do invisível I. Lisboa: Bertrand, 1990.
FRANÇA, José-Augusto. “Nota de releitura de ‘A confissão de Lúcio’ e de ‘Nome de guerra’”. C. Barreto (org.). Estrada larga, v. 1. Porto: Porto Editora, s/d, p. 493-497.
GALHOZ, Maria Aliete. “Sobre o livro de Nelson de Matos, Noite recuperada”. O Tempo e o Modo, 1ª série, Lisboa, n. 47-48, p. 371-376, 1967. Disponível em: https://pt.revistasdeideias.net/pt-pt/o-tempo-e-o-modo/in-issue/iss_0000001744/123.
GUIMARÃES, Fernando. Simbolismo, modernismo e vanguardas. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004.
JORGE, Lídia. “O romance e o tempo que passa ou a convenção do mundo imaginado”. Portuguese Literary & Cultural Studies 2, p. 155-166, 1999. Disponível em: https://ojs.lib.umassd.edu/index.php/plcs/article/view/PLCS2_Jorge_page155.
LEPECKI, Maria Lúcia. “O surrealismo em Portugal: uma ruptura no imaginário?”. Anais do VII Encontro Nacional de Professores Universitários Brasileiros de Literatura Portuguesa. Belo Horizonte: Centro de Estudos Portugueses da Faculdade de Letras da UFMG, 1979, p. 31-38.
LOPES, Óscar. “Tendências recentes da ficção portuguesa em prosa”. Colóquio, Revista de Artes e Letras, Lisboa, n. 5 e 6, p. 101-103, 1959. Disponível em: https://coloquio.gulbenkian.pt/al/sirius.exe/artigo?1871.
LOURENÇO, Eduardo. O canto do signo: existência e literatura (1957-1993). Lisboa: Gradiva, 2017.
LOURENÇO, Eduardo. “Pessoa revisitado”. Obras completas de Eduardo Lourenço, IX. P. Sepúlveda (coord.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2020, p. 205-380.
MACHADO, Álvaro Manuel. A novelística portuguesa contemporânea. Lisboa: ICALP, 1984.
MAGALHÃES, Joaquim Manuel. “Coisas gerais”. Os dois crepúsculos: sobre poesia portuguesa actual e outras crónicas. Lisboa: A Regra do Jogo, 1981, p. 283-310.
MARTELO, Rosa Maria. “Luiza Neto Jorge e a máquina de oscilar”. Em parte incerta. Porto: Campo das Letras, 2004, p. 151-173.
MARTELO, Rosa Maria. “Antecipações e retrospectivas: a poesia portuguesa na segunda metade do século XX”. Revista Crítica de Ciências Sociais, Coimbra, n. 74, p. 129-143, 2006. https://doi.org/10.4000/rccs.939.
MATOS, Nelson de. “Eduardo Lourenço e a nova literatura – ou os netos de Álvaro de Campos”. O Tempo e o Modo, 1ª série, Lisboa, n. 45, p. 75-81, 1967. Disponível em: https://pt.revistasdeideias.net/pt-pt/o-tempo-e-o-modo/in-issue/iss_0000001741/77.
MATOS, Nelson de. “Sobre o livro de Herberto Helder, Retrato em movimento”. O Tempo e o Modo, 1ª série, Lisboa, n. 50-51-52-53, p. 667-670, 1967b. Disponível em: https://pt.revistasdeideias.net/pt-pt/o-tempo-e-o-modo/in-issue/iss_0000002255/117.
MOURÃO-FERREIRA, David. “Nome de guerra”. Hospital das letras. Lisboa: Guimarães, 1966, p. 199-205.
MOURÃO-FERREIRA, David. “Rápido relance sobre um quarto de século de ficção portuguesa”. Tópicos de crítica e de história literária. Lisboa: União Gráfica, 1969, p. 131-157.
MOURÃO-FERREIRA, David. Gaivotas em terra. Lisboa: Presença, 1996.
NEGREIROS, Jose de Almada. Nome de guerra. Lisboa: Assirio e Alvim, 2001.
O Tempo e o Modo. Caderno 2: “O casamento”, 1ª série, Lisboa, 1968.
OLIVEIRA, Marcelo G. Modernismo tardio: os romances de José Cardoso Pires, Fernanda Botelho e Augusto Abelaira. Lisboa: Colibri, 2012.
PENICHE, Andrea. “A aventura das mulheres”. AAVV. O século XX português. Lisboa: Tinta-da-China, 2020, p. 245-291.
PESSOA, Fernando. Sobre Orpheu e o sensacionismo. F. C. Martins e R. Zenith (eds.). Lisboa: Assírio & Alvim, 2015.
PESSOA, Fernando. Obra completa de Álvaro de Campos. J. Pizarro e A. Cardiello (eds.). Lisboa: Tinta-da-China, 2019.
PIRES, José Cardoso. O anjo ancorado . Lisboa: Dom Quixote, 1999.
PITA, António Pedro. Conflito e unidade no neo-realismo português. Porto: Campo das Letras, 2002.
PORTELA FILHO, Artur. Rama, verdadeiramente. Lisboa: Guimarães & Cª Editores, 1963.
RAMALHO, Maria Irene. Fernando Pessoa e outros fingidores. Lisboa: Tinta-da-China, 2021.
RODRIGUES, Urbano Tavares. Obras completas I. Lisboa: Dom Quixote, 2007.
RUBIM, Gustavo. “O triunfo do contemporâneo e a consolidação nacional”. Revista de Estudos Literários, v. 1, p. 133-176, 2011. Disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/rel/article/view/1939.
SACRAMENTO, Mário. Fernando Namora. Lisboa: Arcádia, 1967.
SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. In J.-P. Sartre, V. Ferreira. O existencialismo é um humanismo. Lisboa: Presença, 1978, p. 205-307.
SIMÕES, João Gaspar. Crítica, III – romancistas contemporâneos (1942-1961). Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2001.
TORRES, Alexandre Pinheiro. Romance: o mundo em equação. Lisboa: Portugália, 1967.
TORRES, Alexandre Pinheiro. O neo-realismo literário português. Lisboa: Moraes, 1977.
VASCONCELOS, Taborda de. “Os que vieram depois...”. In C. Barreto (org.). Estrada larga, v. 1. Porto: Porto Editora, s/d, p. 539-543.
VIÇOSO, Vítor. A narrativa do movimento neo-realista: as vozes sociais e os universos da ficção. Lisboa: Colibri, 2011.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Carlos Conte Neto
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) automaticamente ao enviar um texto para publicação na revista Desassossego que o trabalho é de sua(s) autoria(s), assumindo total responsabilidade perante a lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, no caso de plágio ou difamação, obrigando-se a responder pela originalidade do trabalho, inclusive por citações, transcrições, uso de nomes de pessoas e lugares, referências histórias e bibliográficas e tudo o mais que tiver sido incorporado ao seu texto, eximindo, desde já a equipe da Revista, bem como os organismos editoriais a ela vinculados de quaisquer prejuízos ou danos.
O(s) autor(s) permanece(m) sendo o(s) detentor(es) dos direitos autorais de seu(s) texto(s), mas autoriza(m) a equipe da Revista Desassossego a revisar, editar e publicar o texto, podendo esta sugerir alterações sempre que necessário.
O autor(s) declara(m) que sobre o seu texto não recai ônus de qualquer espécie, assim como a inexistência de contratos editoriais vigentes que impeçam sua publicação na Revista Desassossego, responsabilizando-se por reivindicações futuras e eventuais perdas e danos. Os originais enviados devem ser inéditos e não devem ser submetidos à outra(s) revista(s) durante o processo de avaliação.
Em casos de coautoria com respectivos orientadores e outros, faz-se necessária uma declaração do coautor autorizando a publicação do texto.
Entende-se, portanto, com o ato de submissão de qualquer material à Revista Desassossego, a plena concordância com estes termos e com as Normas para elaboração e submissão de trabalhos. O não cumprimento desses itens ou o não enquadramento às normas editoriais resultará na recusa do material.