Vermelho, verde e amarelo: tudo era uma vez
Palavras-chave:
Literatura e "organização da experiência", Chapeuzinho Vermelho (Perrault), Fita Verde no Cabelo (Guimarães Rosa), Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque), Goethe e a psicologia das coresResumo
Os contos de fada, transmitidos de pais a filhos, pela voz, foram se constituindo num patrimônio precioso de cultura, veiculando experiência humana - e podendo significar para a criança um momento inaugural de "organização da experiência" que a literatura propicia. A proposta, aqui, é um estudo comparativo dos contos Chapeuzinho Vermelho, de Perrault, Fita Verde no Cabelo, de Guimarães Rosa, e Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, levando-se em conta que os autores brasileiros estabelecem um inevitável diálogo com o texto-matriz do século XVII. Com efeito, embora as três narrativas enfoquem a questão do crescimento da criança, são apontadas as visões diferentes que elas veiculam: 1. abordagem moralizante e pedagógica do conto de Perrault (os perigos da desobediência infantil, a questão da iniciação sexual); 2. viés metafísico do conto de Guimarães Rosa (confronto com a finitude e a morte, passagem do plano psicológico ao plano metafísico); 3. enfoque da eficácia simbólica da poesia, no conto de Chico Buarque (vitória sobre o medo infantil, mediante o poder da palavra). E tudo levando em conta o que diz Goethe, em sua Teoria das cores: "Quando o artista se deixa levar pelo sentimento, algo de colorido se anuncia".Downloads
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Publicado
2010-01-01
Edição
Seção
Literatura
Licença
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Como Citar
Meneses, A. B. de. (2010). Vermelho, verde e amarelo: tudo era uma vez . Estudos Avançados, 24(69), 265-283. https://revistas.usp.br/eav/article/view/10525