O advento da cafeicultura e a estrutura da posse de escravos: Bananal, 1801-1829

Autores

  • José Flávio Motta Autor

Palavras-chave:

Estrutura da Posse de Escravos, Cafeicultura, História Demográfica, Demografia Escrava, Escravismo, Listas Nominativas

Resumo

Este trabalho analisa a evolução da estrutra da posse de escravos em Bananal-SP em meio à fase inicial do desenvolvimento cafeeiro naquela região, com base nas listas nominativas de habitantes, em especial as de 1801, 1817 e 1829. Procura-se, pois, captar os efeitos daquele desenvolvimento sobre os padrões de distribuição da propriedade escrava. Adicionalmente, delineiam-se algumas das características da população cativa acompanhando-se, outrossim, o seu evolver no decurso do pertodo considerado. Verifica-se que, num primeiro momento, a difusão da cafeicultura aparentemente contribuiu para a conformação de um ambiente propício à proliferação dos escravistas de menor porte. Com o tempo, porém, a atividade cafeeira da mostras de evoluir decididamente no sentido de uma agricultura de plantation. Concomitantemente a essa evolução, alteram-se as características demográficas da população cativa: aumenta a importância dos escravos homens, dos africanos e daqueles em idade produtiva, bem como dos cativos solteiros.

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Publicado

01-09-1991

Edição

Seção

Não definida

Como Citar

Motta, J. F. (1991). O advento da cafeicultura e a estrutura da posse de escravos: Bananal, 1801-1829. Estudos Econômicos (São Paulo), 21(3), 409-434. https://revistas.usp.br/ee/article/view/158453