Historiadores como metateatro na dramaturgia de Rodolfo Usigli
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9748.v2i1p19-35Palavras-chave:
Dramaturgia mexicana, História e ficção, MetateatroResumo
A aproximação entre a história e a ficção proporciona um campo bastante fértil nos estudos sobre a América Latina. O crítico Roberto González Echevarría (2000), por exemplo, procurou demonstrar que a ficção romanesca é credora de uma série de discursos jurídicos e legais produzidos nos primeiras décadas da colonização. Da mesma forma, André Trouche (2006) buscou evidenciar que a reflexão e a reescrita da história é uma constante da produção ficcional. Mais recentemente, Leyla Perrone-Moisés (2007) destacou que boa parte dos “paradoxos do nacionalismo” da América Latina é entrevisto no trabalho dos ficcionistas com a historiografia do continente. Porém, a dramaturgia não faz parte desses estudos e raramente aparece em outros que se dedicam a trabalhar essa perspectiva teórica na literatura hispano-americana. Com efeito, nosso trabalho propõe inserir o texto teatral nesse espectro de abordagens. . Selecionamos duas peças mexicanas do dramaturgo Rodolfo Usigli, a saber El gesticulador (1938) e Corona de sombra (1943). Usigli é considerado o principal responsável pela revitalização da arte dramática em seu país, em particularporque construiu sua obra a partir do conceito de que ele chamou de “anti-historia”. Nas obras selecionadas, destaca-se a figura de historiadores como personagens centrais. Buscamos centrar nossa leitura em uma possível função “metateatral” dessas personagens.
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