Eduardo Galeano e os jogos de linguagem
entre a Literatura e a História
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9748.v3i1p62-78Palavras-chave:
Eduardo Galeano, Literatura e História, LinguagemResumo
A história, em seu estatuto de ciência, compõe-se como um gênero narrativo. A literatura, expressão artística, está naturalmente implicada na história, que a constitui como gênero produzido pelo homem, imerso na temporalidade. O “ponto-zero”, que marca o antes e o depois entre a história e a literatura, está no fato de ambas se constituírem como linguagem. Sendo assim, pretendemos nesse texto demonstrar como o discurso histórico pode fazer uso da linguagem literária na composição da narrativa historiográfica. Para tanto, analisaremos o texto “Palabras perdidas”, do uruguaio Eduardo Galeano, retirado da obra Espejos: una historia casi universal (2008), observando que, embora Galeano não cumpra as exigências do método da historiografia estrutural (demarcação temporal, relato dos fatos, informação das fontes etc), seu texto oferece outra configuração, possível ao discurso histórico.
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