Octavio Paz e o erotismo: entre surrealistas e dadás
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9748.v5i1p50-63Palavras-chave:
Amor, Erotismo, Poesia, Surrealismo, DadaísmoResumo
Este trabalho aborda o papel que as reflexões de Octavio Paz acerca da arte moderna representaram em sua obra. É sabido que o autor possui conceitos fundamentais para a compreensão da multiplicidade dos ‘ismos’ que permearam a modernidade, tais como “tradição da ruptura”, conceito que desenvolve em Os Filhos do Barro. Esta obra, ao lado de O Arco e a Lira e A Outra Voz, compõe um repertório sincrônico onde o poeta e ensaísta elege uma constelação de artistas, dentre os quais, pintores, poetas e tradições. Ao se voltar para estas amplas tradições que compuseram a modernidade, Paz destaca duas figuras da tradição francesa modernista: Duchamp e Breton. Nesta nossa reflexão, apresentaremos a questão que conecta estes dois autores, a saber, o amor e o mundo da técnica. Para Paz, a modernidade escamoteou o sentido inerente à vida e, devido ao processo de desencantamento, desalojou o ser humano do mundo. No entanto, de formas diversas, Duchamp e Breton apontam como o amor ainda é uma morada e como o encontro, o acaso objetivo e a irrupção do desejo mostram-se indomesticáveis diante do mundo administrado pela racionalidade técnica. Além disso, apresentaremos como este elemento de crítica é fundamental para que Paz desenvolva, no interior de sua própria poética, uma construção narrativa e imagética acerca do próprio amor, na esteira da tradição romântica, como ele mesmo reconhece.
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Referências
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https://www.revistas.usp.br/rapsodia/article/view/178877. Acesso em: 14 mar. 2021.
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