Memória, tradução e tradição em La casa de los conejos (2008), de Laura Alcoba
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2447-9748.v5i1p165-178Palavras-chave:
memória, tradução, tradição, ditadura civil-militar, ArgentinaResumo
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar os problemas que atravessam a composição da autoficção La casa de los conejos, publicada originalmente em francês sob o nome Manèges: Une Petite Histoire Argentine em 2007 pela editora Gallimard e, posteriormente, traduzida para o espanhol pelo escritor Leopoldo Brizuela e publicada pela Edhasa. A escritora franco-argentina Laura Alcoba elabora de forma ficcional as suas memórias de infância enquanto filha de guerrilheiros montoneros que testemunhou, desde uma perspectiva muito particular, uma das maiores barbáries do século XX argentino: a ditadura civil-militar que vigorou de 1976 a 1983. Alcoba recria o terror que pairava naquela época desde a perspectiva de um narradora-protagonista criança, advogando em prol das políticas de memória que estavam sendo implementadas na primeira década dos anos 2000 e que fizeram a Argentina ser conhecida como um dos países mais avançados em matéria de reparação histórica e direitos humanos. Pela sua particularidade, a narrativa de Alcoba pode ser entendida como um ponto de inflexão na literatura contemporânea argentina, pois nela está contida importantes debates sobre a problemática do tratamento da memória traumática, a relação entre o original e a tradução e também sobre a relação entre a tradição argentina e francesa, pois a sua condição de binacionalidade a coloca em uma posição de centralidade nesses dois contextos.
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Referências
REFERÊNCIAS
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