Práticas de letramento, antropologia linguística e desigualdade social: casos etnográficos e compromissos teóricos
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-9702201508144842Resumo
Este artigo discute meus esforços durante várias décadas de pesquisa para compreender a interação entre letramento escolarizado, diversidade linguística e desigualdade social. Inspira-se em tradições semióticas e marxistas para investigar a diversidade linguística e a desigualdade social em contextos europeus e norte-americanos contemporâneos. Enfocando especialmente as práticas de racialização e a dinâmica das aulas, os argumentos apresentam estudos iniciais sobre línguas de minorias e escolaridade que contribuem para e contextualizam um estudo recente sobre a política federal de educação, experiências de escolarização de imigrantes e hierarquia linguística. Esse estudo baseia-se em pesquisa sociolinguística e etnográfica com famílias e comunidades migrantes multilíngues e comunidades no norte do estado de Nova Iorque, com foco específico na experiência de crianças com repertórios multilíngues e políticas linguísticas monolíngues na escolarização (COLLINS, 2012). Examinando a política e os debates federais sobre educação e comparando os processos de interação em sala de aula, que envolvem diferentes grupos etnolinguísticos, identifico dois “efeitos de Estado” (TROUILLOT, 2001), conforme eles operam em diferentes locais institucionais. Defendo que tais efeitos são maneiras como os Estados contemporâneos tentam regular aulas globalizadas e dinâmicas raciais. Ao moldar sujeitos educacionais cujas características sociais e linguísticas – e especialmente as suas características de classe – são obscurecidas e empregadas em categorizações relacionadas à escola e em processos de comunicação centrados na escola, tais efeitos contribuem para a reprodução hegemônica das desigualdades sociais, linguísticas e educacionais (HYMES, 1996; MENKEN, 2008).Downloads
Os dados de download ainda não estão disponíveis.
Downloads
Publicado
2015-12-01
Edição
Seção
Importantes correntes de pesquisa etnográfica sobre educação: maiorias, minorias e migrações através das Américas
Licença
A publicação do artigo em Educação e Pesquisa implica, automaticamente, por parte do(s) autor(es) a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais da primeira edição para a revista, sem quaisquer honorários.
Após a primeira publicação, os autores têm autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: repositório institucional ou capítulo de livro), desde que citada a fonte completa, com as referências da mesma autoria e dos dados da publicação original.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista.
Como Citar
Práticas de letramento, antropologia linguística e desigualdade social: casos etnográficos e compromissos teóricos . (2015). Educação E Pesquisa, 41(spe), 1191-1211. https://doi.org/10.1590/S1517-9702201508144842