A formatação da prova afeta o desempenho dos estudantes? Evidências do Enem (2016)

Autores

  • Leonardo Barichello Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
  • Rita Santos Guimarães Universidade Estadual de Campinas
  • Dalson Britto Figueiredo Filho Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-4634202248241713por

Palavras-chave:

Efeito fadiga, Testes padronizados, Enem, Microdados, Desempenho educacional

Resumo

Este artigo analisa o impacto da posição em que as questões são apresentadas sobre o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Brasil em 2016. A partir de uma amostra de 4.427.790 casos, calculamos o índice de acerto por questão para os diferentes cadernos de prova da área de Matemática e suas Tecnologias. Os resultados indicam a presença do efeito fadiga na prova do Enem 2016, ou seja, a ordem de apresentação das questões afeta a proporção de respostas corretas, que diminui à medida que o item é apresentado mais próximo do final da prova. As evidências exploratórias também sugerem que o efeito fadiga se manifesta tanto em estudantes de baixo quanto de alto desempenho. Por exemplo, a posição do item reduziu o índice de acerto em até 18 pontos percentuais, controlando pelo nível de desempenho. Este artigo faz a primeira avaliação empírica do efeito fadiga no Enem e os resultados representam uma contribuição para a literatura sobre influências não cognitivas em avaliação e são úteis para fundamentar estudos mais sistemáticos sobre o impacto do efeito fadiga em testes padronizados de larga escala, inclusive para além do caso específico analisado. Ao final, sugerimos medidas que podem mitigar esse efeito no Enem.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Publicado

2022-11-03

Como Citar

A formatação da prova afeta o desempenho dos estudantes? Evidências do Enem (2016). (2022). Educação E Pesquisa, 48(contínuo), e241713. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202248241713por