As práticas pedagógicas e a autonomia de professores no contexto de ensino bilíngue de elite
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202248246542porPalavras-chave:
Práticas pedagógicas, Autonomia docente, Educação bilíngue de elite, Trabalho e formação docenteResumo
Neste artigo, sugerem-se algumas respostas sobre como a autonomia de professores de um contexto bilíngue de elite se faz perceber em suas vozes, através de análises do que dizem a respeito de suas práticas pedagógicas. A problemática que deu origem à pesquisa recaiu sobre as formações superiores variadas dos professores que não eram formados para trabalhar com níveis da educação infantil e séries iniciais; em alguns casos, tampouco eram formados em licenciatura. Esse “espaço” entre formação inicial e práticas pedagógicas lançou luz sobre questões que concernem à autonomia docente. O enfoque metodológico foi preconizado pela pesquisa qualitativa, valendo-se de um questionário escrito e de um grupo de discussão como instrumentos para geração dos dados. As reflexões foram embasadas nos seguintes autores: García (2009), Benson (1997), Benson e Huang (2008), Cunha (2007), Pesce (2012), Tardif (2002) e Megale (2020). Entendemos que, apesar de os professores não reconhecerem a autonomia em suas práticas, nem usarem essa palavra em suas falas, é por meio das escolhas que fazem para mobilizar o processo de ensinar e aprender que exercem o seu protagonismo e se empoderam no exercício da profissão. Conclui-se que o que evidencia sua autonomia parecem ser as decisões que tomam para adequarem suas práticas ao que a gestão espera, ao que os manuais de orientação indicam e ao que o livro do professor prevê, enquanto buscam uma prática que se mostre efetiva, mesmo que à revelia do controle imposto pela instituição.
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