Cartografias de professoras: a quarta dimensão em aula de matemática
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349252809porPalavras-chave:
Filosofia da diferença, Educação matemática, Formação de professoras, Processos de subjetivaçãoResumo
Este texto movimenta o conceito da cartografia a partir de devires, geografias, direções, entradas e saídas, linhas de forças produzidas em duas teses cartográficas que apresentam uma possibilidade outra de pensar a formação de uma professora de matemática a partir de suas múltiplas subjetivações. Nesta escrita, a ideia é provocar atravessamentos que, a partir de um exercício cartográfico, criam espaços que movimentam práticas e táticas de professoras tanto na educação como na educação matemática, que tensionam as relações de sala de aula e promovem visibilidades outras, desnaturalizando certo cenário escolar. A apropriação conceitual da cartografia tem como base a filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari, uma vez que esses filósofos a tratam como uma prática do conhecer que provoca no pensamento forças que privilegiam a diferença enquanto uma produção de si mesma. A cartografia possibilita, por meio da sua intervenção, uma prática em que o sujeito possa pensar/agir frente à própria formação, um processo para além das discussões de práticas escolares que discutem apenas metodologicamente a melhoria do ensino da matemática. Os conceitos movimentados permitem inventar mapas-rizomas que desenham caminhos com propostas que abrem margem para pensar o múltiplo na formação de professoras, na escola e na educação matemática.
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