Subjetivações políticas em campo: itinerários juvenis e as Jornadas de Junho de 2013

Autores

  • Luís Antonio Groppo Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)
  • Gislene Silva Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)
  • Josefa Alexandrina da Silva Universidade de São Paulo
  • Luiz Carlos Felizardo Júnior Universidade do Estado de Minas Gerais
  • Marcelo Rodrigues Conceição Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)
  • Vitória Neres Soares Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)

DOI:

https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349271463por

Palavras-chave:

Jornadas de 2013, Juventudes, Subjetivação política, Itinerários, Reflexividades

Resumo

Tendo como tema as subjetivações políticas nas Jornadas de Junho de 2013, o artigo objetiva analisar a formação política de jovens propiciada pela experiência de participação nas manifestações, bem como suas influências na reconstrução de identidades e trajetórias políticas e educacionais. Em diálogo com as noções de itinerários e trajetórias, é feita uma revisão bibliográfica sobre produtos que trataram das Jornadas de 2013 nos temas juventude, estudantes, educação, subjetivações e identidades. Como referencial teórico, a noção de subjetivação política de Jacques Rancière orienta a formulação de questões de pesquisa, as quais são apresentadas como principais resultados. Assim, como resultados, mais do que conclusões, o artigo constrói roteiros de análise que orientarão a pesquisa de campo para a pesquisa “Dimensões educacionais das Jornadas de 2013: Pautas educacionais, experiências escolares e formação política de jovens em protesto”, quando serão entrevistados militantes e ativistas em dez estados brasileiros. Destacam-se as interrogações sobre as tensões e aproximações entre, de um lado, as experiências contingentes de participação nos protestos – que criaram momentos de subjetivação política – e, de outro, a convivência, em “multidão”, de múltiplas identidades que são afirmadas e reconstruídas. Também, interrogações a respeito das ambiguidades e contradições das Jornadas, expressas na bifurcação dos caminhos dos protestos nos anos seguintes, entre a continuidade de manifestações progressistas e a deriva conservadora que implicou no impeachment de Dilma, em 2016, e na eleição do candidato da extrema-direita, em 2018.

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Publicado

2023-12-22

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA: Juventudes, itinerários e reflexividades

Como Citar

Subjetivações políticas em campo: itinerários juvenis e as Jornadas de Junho de 2013. (2023). Educação E Pesquisa, 49(contínuo), e271463. https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349271463por