Inclusão de estudantes público-alvo da educação especial no ensino superior: o caso da Universidade do Estado de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551282815Palavras-chave:
Ensino superior, Educação especial, Inclusão, Deficiência, AcessibilidadeResumo
Este artigo trata das políticas de educação especial para inclusão, acesso e permanência no ensino superior. O objeto de investigação foram as ações e programas voltados à acessibilidade do público da educação especial nos cursos de graduação da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). A pesquisa buscou responder: quais são as políticas destinadas a garantir o acesso e a permanência do público da educação especial na UEMG? Trata-se de uma pesquisa mista, composta por análise documental das normas institucionais, estudo de dados do Censo da Educação Superior (INEP) e aplicação de um questionário virtual, respondido por 15 diretores de unidades acadêmicas. O questionário abordou o perfil dos estudantes, as condições de acessibilidade e as ações para capacitação docente no atendimento ao público da educação especial e aos demais estudantes. Destaca-se que os documentos oficiais da instituição tratam apenas de pessoas com deficiência, sem menção aos estudantes com transtorno do espectro autista ou altas habilidades/superdotação. Apesar da existência de políticas de entrada, as ações internas à permanência e acessibilidade ainda se restringem a iniciativas pontuais em algumas unidades, como adequação de espaços e formação de profissionais. Esses fatores resultam no baixo número de alunos do público da educação especial em relação às vagas reservadas, perpetuando desigualdades regionais e institucionais.
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