Hegemonia, Estado e intelectuais: tecendo um referencial para análise de políticas educacionais
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1678-4634202551282144porPalavras-chave:
Antonio Gramsci, Hegemonia, Estado integral, Intelectuais, Referencial teóricoResumo
Este artigo tem o objetivo de apresentar a tessitura de um referencial teórico para análise de políticas educacionais que tem a hegemonia como elemento central. Buscamos, por conseguinte, oferecer alguns elementos teóricos do pensamento gramsciano que favorecem a compreensão de como são construídas posições hegemônicas em torno de determinadas políticas educacionais e como instituições e sujeitos laboram para que elas sejam assumidas e implementadas por governos. Ao articular os conceitos de hegemonia, Estado integral e intelectual, rastreamos percursos teórico-práticos da ação do Estado e dos intelectuais na con(formação) de posições ideológicas e políticas que demarcam concepções de educação e de política educacional que aproximam e distanciam aqueles/as que, a partir de sua condição institucional, influenciam as decisões sobre políticas públicas para educação. Entendemos que, tanto na sociedade civil como na sociedade política, são colocadas em movimento ideologias de diversos matizes com vistas ao estabelecimento de hegemonias relacionadas a aspectos específicos da vida social e política que fortalecem ou enfraquecem a hegemonia das classes dominantes, sendo que, por certo, convém às classes trabalhadoras que seus interesses se tornem cada vez mais hegemônicos. Por isso, assumimos que, nos processos de estabelecimento de políticas de Estado para a Educação, a participação dos/as intelectuais – das classes em condições de subalternidade nos temas em debate – deve ser orientada por uma visão que articula as demandas imediatas relacionadas com aquelas que dão unidade e coerência a uma concepção de mundo na perspectiva da filosofia da práxis.
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