Natalidade e amor mundi: sobre a relação entre educação e política em Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300011Palavras-chave:
Natalidade, Amor mundi, Educação, PolíticaResumo
Pretende-se examinar, no presente artigo, as articulações entre o ensaio "A crise na educação", de Hannah Arendt, e temas centrais de seu pensamento político, como a natalidade, a condição de estrangeiro no mundo, o amor ao mundo (amor mundi), a ação política e a crise na era moderna. O objetivo central consiste em explicitar o quanto esse ensaio de ocasião se integra harmonicamente no âmbito do pensamento político da autora, por um lado, e ressaltar o vigor clássico de sua análise, por outro. Para ela, a essência da educação é a natalidade, ou seja, o fato de que constantemente chegam ao mundo novos indivíduos como estrangeiros, a quem deve ser feito o convite para que se sintam em casa. Esses estrangeiros em um mundo em constante mudança são capazes de iniciar novos eventos, sem os quais a conservação do próprio mundo estaria em questão. A educação dos jovens tem de lidar com o paradoxo de familiarizar os novos com o mundo velho que os precede, sem ao mesmo tempo acomodá-los inteiramente a ponto de a novidade de sua aparição ser sufocada, o que poria em risco a conservação mesma do mundo, demandante de permanente zelo e renovação. Não obstante a dificuldade da mediação, Arendt julga que a educação deve ser, antes de tudo, orientada pela responsabilidade pelo mundo, que se traduz tanto na sua apresentação aos novos quanto na conservação da novidade nestes.Downloads
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Publicado
2010-12-01
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
Natalidade e amor mundi: sobre a relação entre educação e política em Hannah Arendt . (2010). Educação E Pesquisa, 36(3), 811-822. https://doi.org/10.1590/S1517-97022010000300011