Imigração como relato: experiências de viajantes croatas
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v5i5p111-142Palavras-chave:
relatos, imigração, croácia, império austro-húngaro, propaganda imigratóriaResumo
Neste trabalho será realizada uma abordagem das relações entre o relato de viagem e as diversas experiências de imigrantes croatas no Brasil. Especificamente, trataremos das experiências migratórias ocorridas entre 1850 e o fim da Primeira Guerra mundial (até 1918), arco temporal tido como o primeiro período de imigração croata para o país. Nesse sentido, foram abordados os relatos, as histórias e dados referentes aos imigrantes croatas que chegaram com passaportes do Império Austro-húngaro, sendo registrados, desta forma, como “austríacos”. Trata-se de três relatos: de imigrantes croatas produzido e publicado por uma agência propagandista de navegação, de um imigrante-regressado que volta alguns meses após a sua chegada na nova terra e de viajantes-exploradores contratados pelo Governo brasileiro para mapearem o Estado do Mato Grosso. O nosso quadro teórico-metodológico se baseia na historiografia croata sobre o século XIX e sobre as causas de emigração; e na historiografia brasileira, que trata do mesmo período em que procuramos entender as razões de caracterizam a sua imigração e o contato com a população já presente. Além disso, utilizamo-nos de autores que abordam os relatos de viagem e as imagens, entraves e questionamentos que eles nos trazem na nossa tentativa de analisar os relatos vinculados à imigração em sua multiplicidade.
Downloads
Referências
ANDERSON, Benedict. As comunidades imaginadas, São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ANTIĆ, Ljubomir. The Economic Causes of Emigration from Croatia in the Period from the 1880's to the First World War. Povijesne prilike: Zagreb, n.14, p.291-300, 1995.
___________. Los Croatas y América, Fundación para la Emigración Croata: Zagreb, 2000.
BRAUNNBAUER, Ulf. Globalizing Southeastern Europe: emigrants, America, and the state since the late nineteenth century, Lexington Books: Lanham, 2016.
BOUTRUCHE, Robert - Señorio y feudalismo. Trad. Alicia Entel, Griselda Vignolo, Maria Cristina Davolio. Buenos Aires: Siglo XXI, 1973.
COSTA, Emília Viotti da. Liberalismo: teoria e Prática In: Da Monarquia à Republica: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora UNESP, 2007. p. 133-170.
GOMES, Flávio dos Santos. Mocambos e quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil. São Paulo: Claro Enigma, 2015.
LISBOA, Karen Macknow. Mundo novo, mesmo mundo. Viajantes de língua alemã no Brasil (1893-1942). São Paulo: Hucitec; Fapesp, 2011.
PRATT, Marie Louise. Os olhos do império: relatos de viagem e transculturação, Edusc: Bauru, 1999.
MARINOVIĆ DORO, Norma. A imigração iugoslava no Brasil, tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 1987.
MARTINS, Luciana de Lima. O Rio de Janeiro dos viajantes: o olhar britânico (1800-1850), Jorge Zahar, 2001.
MINTZ, Sidnei. Era o escravo de Plantação um proletário. In: O poder amargo do açúcar: produtores escravizados, consumidores proletarizados. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2003
RIOS, Ana Lugão e MATTOS, Hebe. Memórias do cativeiro: Família, trabalho e cidadania no pós-abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
PIETRAFESA, Emilia de Godoi, Marilda Aparecida de Menezes, Rosa Acevedo Marin (orgs.), Diversidade do campesinato: expressões e categorias: construções identitárias e sociabilidades, v.1/– São Paulo: Editora UNESP; Brasília, DF: Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009.
SZURMUK, Mónica. Miradas cruzadas: narrativas de viaje de mulheres em Argentina, Instituto Mora: México, 2007
TODOROV, Tzvetan. Nosotros y los otros. Siglo XXI: México, 1991.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista Epígrafe não exerce cobrança pelas contribuições recebidas, garantindo o compartilhamento universal de suas publicações. Os autores mantêm os direitos autorais sobre os textos originais e inéditos que disponibilizarem e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.