Tradições abandonadas: revisitando “O Povo”, de Jules Michelet
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2318-8855.v5i5p45-63Palavras-chave:
Jules Michelet, Giambattista Vico, História Intelectual, Teoria da História, O PovoResumo
No presente artigo, trabalhamos com O Povo de Jules Michelet, estudando as suas perspectivas históricas, sua metodologia, e as relações com o período de formação da história como disciplina, no século XIX. Para compreender o pensamento do autor, descartamos uma concepção anterior do historiador como positivista, analisando seu pensamento pela sua obra e alguns trabalhos relacionados às suas concepções teóricas da história. Operação feita por meio da análise da obra de Giambattista Vico, Scienza Nuova (Nova Ciência), pensador italiano do século XVIII que trabalhou com a construção de uma nova forma de estudar a ciência do homem, em oposição ao método experimentalista de Descartes e Newton. Assim, apresentando uma proposta de análise cultural, de estudos dos povos e costumes. No trabalho, avaliamos a presença de Vico em Michelet, além de considerar de que forma as ideias do pensador italiano constituíram-se no pensamento do historiador francês; hipótese motivada pelo fato de Michelet ter traduzido a obra de Vico para o francês, tendo, portanto, estudado e conhecido extensamente a concepção histórica do italiano. Também consideramos outros elementos do momento histórico da criação de O Povo, como entendimentos de “povo” do pensamento alemão, o Volksgeist (Espírito do Povo), além de ideias possivelmente românticas e patrióticas, como nas ideias de “França e Anti-França”. Desse modo, revisitando Michelet como mais do que simplesmente um “positivista”, mas um pensador dentro de seu tempo que também foi original e possuiu outros métodos e enfoques que o distanciaram e o tornaram um historiador bastante particular no século XIX.
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Referências
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